O nome do deputado socialista Ricardo Rodrigues tem sido apontado nos bastidores do PS para ministro da Agricultura. O elenco governativo está a ser gerido para evitar fugas de informação, tal como em 2005, mas várias personalidades são já referidas como ministeriáveis. Porém, a maioria dos convites a fazer pelo primeiro-ministro indigitado só deve ser feita amanhã, segunda-feira.
Ricardo Rodrigues, de 51 anos, foi um dos homens-fortes do Governo dos Açores até 2004 e figura central na estratégia do líder socialista regional, Carlos César. Ocupou a pasta da secretaria regional da Agricultura e Pescas, motivo pelo qual é apontado para suceder a Jaime Silva. Demitiu-se alegando uma "onda de boatos" que o envolvia num caso de pedofilia. Nunca foi acusado ou constituído arguido e Rodrigues regressou à vida política como deputado em 2005.
Membro do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, Ricardo Rodrigues assumiu um papel de destaque na bancada socialista ao lado de Alberto Martins, funcionando muitas vezes co-mo porta-voz do grupo parlamentar, sobretudo em temas delicados como o do Estatuto dos Açores. Foi aliás a voz do PS dos Açores em vários momentos da querela que dominou as relações tensas entre Belém e São Bento. Ascenso Simões é outra das figuras apontadas para ocuparem a pasta da Agricultura. Das várias incógnitas para a formação do Executivo fazem ainda parte Alberto Martins e Augusto Santos Silva.
DO 'EIXO DO MAL' PARA A CULTURA
Clara Ferreira Alves, jornalista, licenciada em Direito, é um dos nomes de que se falam para substituir, José Pinto Ribeiro à frente do Ministério da Cultura, uma pasta para a qual José Sócrates deverá investir mais, depois de ter assumido o erro de não lhe ter dado prioridade. A jornalista, que passou pelos jornais ‘Tarde’, ‘Jornal de Letras’ e ‘Expresso’, onde foi redactora principal, é actualmente uma das comentadoras do programa ‘Eixo do Mal’, da SIC Notícias. É ainda crítica literária e contribui regularmente com crónicas para a imprensa. Em 2004, recusou o cargo de directora do ‘Diário de Notícias’.
Optou por aceitar o cargo de directora da Casa Fernando Pessoa, de onde saiu por causa de um orçamento "errático". O elenco governamental deve ser conhecido até ao final da semana.
SAIBA MAIS
REJEIÇÃO
A rejeição do programa do Governo exige maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções no Parlamento.
15
O actual Governo conta com 15 ministérios. O próximo Executivo poderá ser mais reduzido e ter apenas 13 pastas.
10
Depois do Presidente da República dar posse ao novo Executivo,o primeiro-ministro terá dez dias para apresentar no Parlamentoo programa de Governo.
DEBATE
O debate sobre o programa de Governo não pode exceder três dias e até ao seu encerramento qualquer grupo parlamentar pode propor a sua rejeição ouo Executivo pode solicitar a aprovação de um voto de confiança.
Fonte: Correio da Manhã
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