Teve ontem início o ciclo de conferências integrado nas comemorações do Centenário da República promovidas pelo Governo dos Açores.
No Palácio de Sant´Ana, cerca de cento e quarenta pessoas ouviram o historiador António Reis fazer uma análise comparada das ideias e dos percursos políticos de dois açorianos que ficaram indelevelmente ligados aos primeiros anos da República Portuguesa – Teófilo Braga e Manuel de Arriaga –, salientando tanto as inegáveis diferenças de temperamento como a convergência no mesmo ideal ético.
Reconhecido como um dos mais conceituados historiadores portugueses da actualidade, o conferencista, apresentado, na ocasião, pelo próprio Presidente do Governo, Carlos César, começou por situar os dois primeiros Presidentes da República nas correntes mais vanguardistas do pensamento contemporâneo português da segunda metade do século XIX e acompanhou o percurso das duas figuras açorianas pelos conturbados anos do início da I República, relevando a importância que tiveram na mudança histórica que então se operou e o papel que desempenharam em todo o processo.
«República – Mudança histórica e papel central de Teófilo Braga e Manuel de Arriaga» foi, aliás, o título desta conferência, a primeira de um ciclo que o Governo dos Açores, através da Direcção Regional da Cultura, pretende levar a cabo ao longo dos próximos meses e até Outubro do próximo ano em todas as ilhas dos Açores, com o objectivo de proporcionar uma ampla reflexão sobre os valores e os ideais presentes na doutrina republicana.
A anteceder a conferência de António Reis foram publicamente apresentados os retratos de Teófilo Braga e de Manuel de Arriaga encomendados pelo Presidente do Governo dos Açores a Tomáz Borba Vieira, um dos criadores mais representativos nas últimas décadas da pintura nos Açores.
Os dois quadros, a óleo sobre tela, passarão a integrar o património da Região Autónoma dos Açores.
GaCS/CT
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