sábado, 2 de junho de 2012

Intervenção da Secretária Regional da Educação e Formação no jantar comemorativo do 10.º aniversário do Serviço de Desporto Adaptado


Texto integral da intervenção da Secretária Regional da Educação e Formação, Cláudia Cardoso, proferida ontem em Ponta Delgada, no jantar comemorativo do 10.º aniversário do Serviço de Desporto Adaptado da Associação de Pais e Amigos das Crianças Deficientes do Arquipélago dos Açores:

“Em nome do Governo Regional dos Açores, e do Presidente do Governo, agradeço o convite que me foi endereçado para participar no jantar convívio de homenagem organizado pela Associação de Pais e Amigos das Crianças Deficientes do Arquipélago dos Açores.

Agradeço também à vossa Associação o trabalho que, desde a criação em 1976, têm desenvolvido em prol da inclusão, da igualdade de oportunidades, do desenvolvimento de uma sociedade que ofereça condições iguais, atendendo às diferenças de cada um.
Hoje, mais do que nunca, devemos elevar os valores da solidariedade e da igualdade entre todos os cidadãos, independentemente de todas as diferenças.

Hoje, mais do nunca, devemos aproximarmo-nos.

O Governo dos Açores sabe-o.

Por isso mesmo, sob a égide de que o potencial humano, seja ele qual for, é capital de futuro, traçou e incluiu no seu Programa de Governo objetivos e medidas nos âmbitos da juventude e da educação, do emprego e da habitação, da saúde e da solidariedade social, do apoio ao cidadão e da defesa do consumidor, da cultura e do desporto, com um denominador comum: a igualdade de oportunidades.

Consagrámos metas em torno deste princípio que deve nortear qualquer Estado social, qualquer Estado de direito democrático.

Deixámos expressa a nossa intenção de promover a qualificação e a inserção profissional de portadores de deficiência, de dinamizar o sistema de apoio aos cidadãos dependentes portadores de deficiência, de alargar a prestação de cuidados aos cidadãos com deficiência, de desenvolver uma rede regional de centros de recursos especializados a cada tipo de deficiência.

Deixámos expressa a intenção de proteger a autonomia do cidadão portador de deficiência e de potenciar a sua formação profissional.

Deixámos expressa a nossa intenção de melhorar as condições de mobilidade e acessibilidade a bens e serviços das pessoas com deficiências, de combater e prevenir a violência com origem em discriminações em função da deficiência.

Fizemo-lo de forma consciente.

Cumprimos.

Numa era de individualismo galopante, unimo-nos.

Também não esquecemos a igualdade de oportunidades e a inclusão em matéria de educação, nem esquecemos de igual modo os alunos e os docentes da educação especial, das unidades Especializadas com currículo adaptado. Cumprimos aquilo a nos propusemos, à luz da Declaração de Salamanca e do princípio da inclusão, que determina que se criem escolas para todos, isto é, escolas que incluam todas as pessoas, que aceitem as diferenças, que apoiem a aprendizagem e que respondam às necessidades educativas individuais.

Não esquecemos a igualdade de oportunidades e a inclusão em matéria de desporto, consagrando no Programa de Governo o apoio às atividades físicas e desportivas organizadas promovidas pelas entidades do associativismo desportivo e por outras entidades que enquadram os cidadãos portadores de deficiência. Ou consagrando o desenvolvimento de ações que fortaleçam a integração na sociedade das pessoas portadoras de necessidades especiais com deficiência.

Nesta matéria, sabemos que o desporto é um fator de inclusão social, um potenciador da integração e da igualdade de oportunidade para todos os cidadãos.

Por isso mesmo organizámos recentemente o 2.º Campeonato do Mundo de Atletismo para atletas com síndrome de Down, uma competição em que, independentemente dos troféus atribuídos, todos venceram, uns pelo estoicismo, outros pela vontade de superar obstáculos, outros pelo poder de entreajuda.

Ganharam todos e não apenas os melhores.

O desenvolvimento da atividade física desportiva adaptada tem sido uma preocupação do Governo Açores, e ao longo dos anos temos concedido apoios para a aquisição de material específico e para a formação de recursos humanos, o que tem permitido dotar as entidades que já desenvolviam aquela atividade de melhores condições para a sua prática.

De igual modo, temos incrementado um esforço para possibilitar a participação em competições nacionais a grupos que têm demonstrado um trabalho de qualidade e dotar de condições mínimas de acessibilidade as infraestruturas desportivas que são utilizadas.

Mas não estamos, nem podemos estar, sozinhos.

Felizmente acompanham-nos nesta caminhada pela inclusão e pela igualdade de oportunidades entidades e associações, anónimos e voluntários, cidadãos para quem o amanhã se faz hoje, em conjunto, esquecendo mas não ignorando diferenças.

À Associação de Pais e Amigos das Crianças Deficientes do Arquipélago dos Açores, por isso, o meu agradecimento.”


GaCS

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