terça-feira, 8 de abril de 2014

A Região e o País têm muito a ganhar com a posição geoestratégica dos Açores, afirma Vasco Cordeiro

O Presidente do Governo manifestou-se hoje convicto de que a Região e o País têm muito a ganhar com o potencial da posição geoestratégia dos Açores, mas alertou que, para isso, é necessário que Portugal “não encare a Autonomia com um empecilho ou um obstáculo”.

“É imperioso que Portugal não encare a Autonomia dos Açores como um empecilho ou um obstáculo neste percurso, mas antes como uma mola que pode impelir o país a avançar e a afirmar-se na vanguarda deste quadro de interesses, garantindo a dimensão e a projeção atlântica e estratégica necessária para isso”, afirmou Vasco Cordeiro, numa conferência no âmbito do Curso Superior de Defesa Nacional 2013/2014 e do III Curso Intensivo de Segurança e Defesa para os Açores.

O Presidente do Governo, que falava perante os auditores dos dois cursos promovidos pelo Instituto de Defesa Nacional, salientou que os Açores têm ainda um “papel a desempenhar na História”, seja nos domínios do Mar, do conhecimento, da proteção de fronteiras, mas também de provisão de serviços de caráter comercial e energético.

“É minha firme convicção que a Região e o País podem ter muito a ganhar se, às funções históricas e diplomáticas já firmadas, em particular, assentes na longa presença do contingente militar norte-americano na ilha Terceira, conseguirmos, em conjunto, acrescentar outras valências que permitam retirar todo o potencial geoestratégico que os Açores apresentam e que continua evidente”, destacou Vasco Cordeiro.

Depois de salientar que estes desafios não se resumem a uma questão de mero interesse dos Açores, Vasco Cordeiro manifestou a sua convicção de que a “forma como todos nós, incluindo os principais atores políticos nacionais, soubermos reconhecer a dimensão desta tarefa, assim como a importância dos Açores neste processo, poderá definir o que seremos enquanto Nação nas próximas décadas, no plano internacional”.

“Enquanto Presidente do Governo dos Açores, tenho também a responsabilidade de fazer ver que a nossa Autonomia nunca, em qualquer circunstância, diminuiu Portugal. Estou, aliás, certo que, por não querer ou não saber aproveitá-la, foi sempre o País que se autolimitou e diminuiu”, afirmou.

Na sua intervenção, o Presidente do Governo recordou ainda que, desde há muito, que a posição geoestratégica dos Açores é considerada como um fator de oportunidade para a afirmação de Portugal no Mundo e para a potenciação de parcerias e alianças e que novos desafios se colocam nesta área.

Nesse sentido, apontou os exemplos do alargamento do Canal do Panamá, que conduzirá a um aumento do tráfego marítimo internacional nesta zona do Atlântico, e das negociações em curso entre a União Europeia e os Estados Unidos para o estabelecimento de uma Parceria de Comércio e Investimento Transatlântico, incrementando ainda mais as trocas entre os dois maiores blocos comerciais mundiais.

“Por outro lado, é também no Mar dos Açores que têm sido conduzidos os projetos da Extensão da Plataforma Continental Portuguesa, em adiantada fase de investigação, que revelam o extraordinário manancial de recursos que se encontram aqui e que podem ser colocados ao dispor da Região e do País”, salientou Vasco Cordeiro.

Este conjunto de evidências, assim como a instabilidade que se vive na Ucrânia, porque estão à porta dos dois lados da Europa, reafirmam “de forma muito clara a centralidade da Região Autónoma dos Açores na interseção entre a Europa e os EUA, e o seu potencial para funcionar, ora como fronteira, ora como ponto de apoio, ou mesmo como centro de funções de interesse transatlântico”, frisou Vasco Cordeiro.


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