domingo, 12 de outubro de 2014

Governo dos Açores promove encontro entre caçadores e agricultores em dezembro

A Diretora Regional dos Recursos Florestais revelou hoje, em Vila Franca do Campo, que a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente vai organizar, em dezembro, um encontro entre caçadores e agricultores para promover, em janeiro de 2015, o esforço de caça do coelho bravo nas zonas mais problemáticas da ilha de São Miguel.

Anabela Isidro, que falava durante uma ação de sensibilização na zona central da ilha, recordou que o Governo dos Açores aumentou o "esforço de caça” nesta ilha desde setembro, acrescentando que vai promover um “encontro entre caçadores e agricultores” na sequência dos prejuízos que o aumento daquela espécie cinegética tem provocado em algumas culturas.

“Esta sensibilização que estou a fazer hoje junto dos caçadores tem a ver com o facto de ser necessário que eles colaborem com os agricultores”, frisou Anabela Isidoro, salientando que, se a agricultura com a sua atividade contribui para que haja caça, “é justo que, numa altura em que os agricultores precisam da ajuda dos caçadores, eles estejam sensíveis a essa necessidade de ajudar a agricultura”.

Relativamente à alteração feita ao calendário venatório e ao esforço de caça, a Diretora Regional adiantou que foram feitos “novos censos", que permitiram verificar que havia "uma população muito grande, uma densidade muito elevada [de coelho bravo], o que fez com que fosse aumentado o esforço de caça”.

Anabela Isidoro frisou que, a partir de 19 de outubro, além do uso dos cães, poderão ser utilizadas armas de fogo nas zonas permitidas por lei, ou seja, fora do perímetro de habitações e vias públicas.

“Até hoje, foi só por ‘corricão’, só com o uso de cães, e aumentamos o número de peças por caçador, que passou de duas para quatro”, afirmou a Diretora Regional durante os contactos com caçadores que hoje realizou no terreno, durante os quais constatou a sensibilidade dos caçadores para esta situação.

Anabela Isidoro revelou ainda que, em janeiro, serão implementadas novas medidas, com “caça aberta, para baixo da Estrada Regional [conforme mapa em anexo]”, envolvendo "zonas onde existem mais hortícolas, onde há mais problemas com coelhos e as densidades estão mais elevadas”.

Nesse sentido, adiantou que a Direção Regional dos Recursos Florestais vai “abrir a caça às quintas-feiras e aos domingos” em janeiro e aumentar “o número de peças de coelho para seis”.

A Diretora Regional salientou também que a ilha de São Miguel foi, no atual Calendário Venatório, dividida em duas zonas, frisando que “a partir de hoje, passa a estar aberta na Zona 2, a parte central da ilha”.

“Durante todo o mês de janeiro, a caça será numa zona diferente, a chamada Zona 1, onde vai estar aberta às quintas e ao domingos, com seis peças por caçador”, explicou Anabela Isidoro aos caçadores, adiantando que a permissão deste esforço “tem a ver com o equilíbrio de uma população que é selvagem”.

“Vamos fazendo o acompanhamento através dos censos, vamos verificando como é que a população evolui e também temos outras formas de acompanhar, através dos inquéritos que vamos fazendo aos caçadores”, afirmou.

Anabela Isidoro destacou ainda que, além do estipulado no Calendário Venatório para cada ano, os produtores agrícolas podem pedir “correção de densidade populacional” em propriedades onde “se sentem mais lesados”.

“Vêm ter connosco aos Serviços Florestais e pedem uma correção de densidade populacional para uma zona, para a sua propriedade, e os guardas fazem a vistoria e se, de facto, houver prejuízos, como se tem verificado, a correção é autorizada”, assegurou.

A Zona 1 de caça para o coelho bravo é compreendida entre a Estrada Regional N.º 1 – 1.ª e as barrocas do mar, em redor de toda a ilha de São Miguel, incluindo a área entre a Estrada Regional N.º 1 – 1.ª e o Eixo Sul da SCUT Lagoa/Vila Franca do Campo (para permitir a inclusão de uma grande e tradicional área agrícola).

A Zona 2 é delimitada pela Estrada Regional N.º 1 – 1.ª, para o interior da ilha.

Anexos:





GaCS

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