quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Luís Neto Viveiros afirma que a cultura do ananás é “uma oportunidade” que deve ser aproveitada em “várias vertentes”

O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente afirmou hoje, na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada, que a cultura do ananás não deve ser “só uma referência histórica”, constituindo “uma oportunidade” que “pode e deve” ser explorada do ponto de vista da produção, da comercialização, da gastronomia e do turismo.

“É uma oportunidade a aproveitar com o mesmo espírito empreendedor dos que a legaram” e “em todas as suas vertentes possíveis de exploração, com determinação e engenho”, afirmou Luís Neto Viveiros, na sessão de abertura das Comemorações dos 150 Anos da 1.ª Exportação de Ananás dos Açores.

O Secretário Regional recordou o “sonho do Dr. Augusto Arruda de ligar o ananás micaelense ao turismo,” , frisando que o Governo dos Açores “pretende contribuir para a sua concretização com a abertura ao público, no próximo ano, aqui na Fajã de Baixo, do Centro de Interpretação da Cultura do Ananás”.

Para Luís Neto Viveiros, assinalar a data da primeira exportação de ananás, a 12 de novembro de 1864, para Inglaterra, “é também honrar a visão e a capacidade empreendedora daqueles que nos precederam”.

O Secretário Regional destacou nomes como o de José Bensaúde, realçando a sua capacidade de contrariar “o colapso económico que, então, se previa”, com o fim do ciclo da laranja, tendo-se introduzido novas e importantes culturas na ilha de São Miguel, entre as quais o ananás, o tabaco e o chá.

Na sua intervenção, Luís Neto Viveiros elogiou a Junta de Freguesia da Fajã de Baixo pela iniciativa e recordou alguns episódios dos primeiros tempos da cultura do ananás na ilha de S. Miguel, nomeadamente o apelo feito por Ernesto do Campo, em 1874, para uma “reunião de esforços dos sócios e cultivadores, no sentido de procurar mais e novos conhecimentos” que permitissem melhorar a produção e o fruto.

Um desafio que Luís Neto Viveiros considerou atual e necessário, no sentido de se ultrapassarem desafios.

O Secretário Regional reconheceu que “dois anos para colher um fruto, desde a sua plantação, é, de facto, muito tempo”, mas defendeu que “essa aparente desvantagem concorrencial pode e deve ser a sua principal vantagem competitiva.”

O Ananás dos Açores, com Denominação de Origem Protegida, é produzido em estufas de vidro, utilizando técnicas de cultivo tradicionais e, por isso, afirmou Luís Neto Viveiros, “é um fruto único no país e na Europa, isento de químicos”, acrescentando que “esse modo de produção tem de ser valorizado comercialmente”.



GaCS

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