quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Avelino Meneses afirma que a globalização lança desafios às escolas

O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou, na Horta, que, na sociedade da globalização, “o desajustamento quase permanente” entre o caráter da qualificação dos ativos e a rápida transformação dos conhecimentos “abre às escolas uma nova função”, que consiste “no imperativo da preparação para a mudança de atividade”.

“As exigências laborais de atualização, de adaptabilidade convertem hoje o processo do conhecimento num tempo de aprender, de desaprender, de reaprender. Num tempo que nunca acaba”, frisou Avelino Meneses, que falava quarta-feira na sessão de abertura do ano letivo 2015/2016 da Universidade Sénior do Faial.

Para o Secretário Regional da Educação e Cultura, este “dever” das escolas e, particularmente, da universidade suscita “a atração de novos públicos que são, normalmente, públicos mais velhos”.

Na sua intervenção, Avelino Meneses salientou que as escolas, de uma forma geral, “não podem ficar alheias à problemática do envelhecimento” e é por isso que, dentro das universidades convencionais, surgem os grupos de aprendizagem ao longo da vida e que, fora delas, surgem as universidades seniores.

“Bem sabemos que a mentalidade de hoje destaca os valores da utilidade imediata e da máxima produtividade, que suscita a glorificação dos mais fortes, que propicia a revelação do liberalismo mais selvagem, que é, ao mesmo tempo, um estímulo ao progresso económico, mas também um fator de promoção da injustiça”, afirmou.

Neste âmbito, defendeu que “importa obter um maior equilíbrio”, já que “a consolidação do progresso e o aprofundamento da justiça exigem a adoção de práticas diferenciadas, que importa conciliar dada a relevância social dos seus fins”.

Para Avelino Meneses, exige-se às instituições da sociedade democrática, nomeadamente às escolas e universidades, e do Estado de Direito, ao Governo, que “sejam o campo de conciliação do progresso com a justiça”, cabendo às universidades a formação que “faculta o desenvolvimento económico e a promoção social” e aguardando-se do Governo um papel de regulador para que “a competitividade seja um fator de progresso sem ser um instrumento de desrespeito pela condição humana, para que a solidariedade seja um fator de justiça, sem ser um instrumento de paralisia da iniciativa”.

“A nova universidade de hoje, filha da nova sociedade de hoje, tem de apostar na captação de novos públicos, para além dos mais jovens, também dos profissionais, mas ainda dos desocupados, muito deles idosos”, o que será “sempre e cada vez mais um objetivo capital da gestão das escolas e das universidades”, salientou.

Esse objetivo, segundo Avelino Meneses, “evidenciará a utilidade pública da escola e da universidade do amanhã, já que a integração dos menos jovens, dos mais desocupados resultará em atividades úteis na perspetiva da coletividade, em atividades compensadoras na perspetiva do próprio indivíduo”.

Na atualidade, frisou o Secretário Regional da Educação e Cultura, “a essência da universidade é a pluralidade”, pelo que “necessitamos de uma universidade de todas as idades, de uma universidade para todas as idades”.


Anexos:
2015.10.08-SREC-UniversidadeSéniorFaial.mp3

GaCS

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