segunda-feira, 25 de julho de 2016

Intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes

Texto integral da intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, proferida hoje, em Ponta Delgada, na apresentação do 28.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo:

“Em primeiro lugar, quero começar por agradecer à AHP ter aceite o desafio lançado para realizar o seu congresso anual na nossa Região.

É uma decisão que muito nos honra atendendo à importância e dimensão deste evento no contexto do turismo nacional.

Este é um momento de grande significado e que simboliza o reconhecimento da importância crescente que o setor do turismo, em geral, e a Hotelaria, em particular, representa na nossa economia.

Para nós, acolher tão marcante evento é a demonstração clara da afirmação dos Açores como destino turístico único no panorama desta indústria global que é o turismo.

Recentemente o Sr. Presidente da AHP referiu no seu discurso de tomada de posse que “muito se tem falado sobre a importância do turismo, mas poucas vezes se tem a real dimensão do que representa a hotelaria e do seu impacto, direto e indireto, na sociedade portuguesa”.

Ora, nos Açores, tivemos sempre, desde o início da atividade turística, esta real dimensão. Sempre estivemos ao lado dos nossos empresários, tanto nos momentos bons, como nos menos bons, procurando permanentemente encontrar as melhores soluções que contribuíssem para a sustentabilidade económica de todas e de cada uma das nossas unidades hoteleiras.

Sempre entendemos a hotelaria como um elemento fundamental da cadeia de valor do setor do turismo, que se afirma não só pelo seu contributo para a geração de riqueza, como também pela sua capacidade para criar postos de trabalho, assim como contribuinte ativo de desenvolvimento de atividades conexas ao setor.

Desde que o Governo dos Açores definiu o turismo como um setor estratégico para a Região, assumiu que o desenvolvimento do mesmo teria de ser feito numa conjugação plena de esforços entre entidades públicas e privadas.

De facto, é para nós claro que os esforços do Governo dos Açores, em conjunto com os dos nossos empresários, foram, são e serão determinantes para a construção de um verdadeiro destino turístico único, com uma oferta de excelência e fortemente competitivo à escala global. 

Fruto de todo o trabalho conjunto desenvolvido por entidades públicas e privadas, que nos permitiu, nos últimos cerca de quatro anos, adotarmos um posicionamento adequado, incrementarmos os níveis de notoriedade junto dos principais mercados emissores e melhorarmos substancialmente as acessibilidades e mobilidade interna, assistimos a um crescimento notável do setor na nossa Região.

Em todo este processo, permitam-me sublinhar a enorme dinâmica que se tem verificado junto da hotelaria, quer ao nível da qualidade de novos empreendimentos que têm surgido, introduzindo novos conceitos, enquadrados com a matriz do destino, quer ao nível da requalificação da oferta existente.

Este é, assim, o caminho que temos de prosseguir para que, dia após dia, possamos ser um destino mais sustentável e mais competitivo.

Toda esta dinâmica teve um impacto e um efeito estruturante no desenvolvimento do turismo, atendendo ao seu caráter diferenciador na oferta turística.

A hotelaria tem um papel fundamental na qualificação, valorização e diversificação da oferta turística da Região, onde tem de procurar permanentemente responder às expetativas dos segmentos de mercado mais exigentes, satisfazendo assim as necessidades da procura e fortalecendo, ainda mais, a imagem do nosso destino turístico.

Aqui, nos Açores, os nossos empresários sabem que não estão sozinhos, sabem que existe uma dinâmica efetiva entre empresários e Governo, um claro alinhamento de objetivos estratégicos.

Daqui resulta, por exemplo, que possuímos o mais generoso, abrangente e intenso sistema de incentivos, que tem como principal objetivo, para além de captar novos investimentos, contribuir para a requalificação da oferta existente, enquadrando-a com a estratégia de desenvolvimento e qualificação da oferta turística da Região.

O conjunto de investimentos que os Açores têm recebido na área do turismo reflete o bom momento que o setor atravessa, destacando-se as preocupações dos promotores em enquadrar os respetivos projetos na estratégia definida no Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores.

Desta forma, assiste-se a um alinhamento estratégico entre entidades públicas e privadas com vista a alcançarmos permanentemente a sustentabilidade económica, social e ambiental.

O Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores contribui, assim, para a reorganização da promoção turística do arquipélago, bem como para a implementação de estratégias de produto, implicando a revitalização da cultura e dos valores ambientais.

Por outro lado, este documento vem dotar a oferta atual de ferramentas e recursos que captem mais turistas e coloquem o arquipélago no universo dos ‘must visit’ em algumas atividades de turismo ativo e experiencial, tendo como denominador comum a natureza.

Aqui, e destacando os mais emblemáticos, temos os passeios a pé, a observação de cetáceos, o mergulho e o geoturismo, sendo complementares todas as atividades ligadas ao turismo náutico.

O setor do turismo assume-se, assim, cada vez mais como um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento da nossa economia, estamos pois convictos de que este contribuirá fortemente para o reforço da sustentabilidade do nosso desenvolvimento empresarial e da estrutura de emprego das nossas ilhas.

De facto, o turismo dos Açores vive um novo momento, um novo período de desenvolvimento, com o ano de 2015 a assumir-se como o melhor ano de sempre do turismo na nossa Região.

As dormidas na hotelaria tradicional passaram de 954.740 em 2012 para 1.272.430 em 2015. São mais 317.690 dormidas.

Em relação aos proveitos totais, passaram de 41,9 milhões de euros em 2012 para 54,3 milhões de euros em 2015, ou seja, tivemos mais 12 milhões de euros a entrar diretamente na nossa economia.

Respondendo ao objetivo estratégico de atenuar o efeito da sazonalidade verificou-se, ainda na hotelaria tradicional, que no inverno IATA 2015/2016 tivemos mais 157.726 dormidas do que em período homólogo de 2012/2013, ou seja, assistimos a um crescimento de 90,1%, fundamental para garantir a sustentabilidade económica das empresas.

Os indicadores mais recentes continuam a demonstrar que estamos numa trajetória de consolidação que visa a sustentabilidade do setor.

Efetivamente, o crescimento de 36,0% verificado nas dormidas de janeiro a maio de 2016, um crescimento três vezes superior à média nacional, é um claro indicador desta situação, assim como os mais cerca de 5,5 milhões de euros que entraram na nossa economia por esta via.

Tal como já tive oportunidade de referir, estes resultados só são possíveis face ao trabalho conjunto desenvolvido por entidades públicas e entidades privadas.

Nomeadamente, no reposicionamento do destino, no incremento dos níveis de notoriedade junto dos principais mercados emissores, da qualificação da oferta e da melhoria das acessibilidades e mobilidade interna, obtidas com a definição de um novo modelo de acessibilidades, com a revisão das OSP aéreas interilhas e com a definição de OSP para o transporte marítimo de passageiros e viaturas em todas as ilhas da nossa Região.

No entanto, tudo isto não deve ser encarado como um ponto de chegada, mas sim como um ponto de partida.

Um ponto de partida para nos superarmos diariamente e sermos não só bons, mas efetivamente os melhores numa indústria fortemente competitiva à escala global.

Para que tenhamos permanentemente a capacidade de inovar, qualificar e modernizar a nossa oferta turística em geral e do alojamento turístico, em particular.

Ao nível da hotelaria, há que vender a experiência para além do alojamento, ou seja, uma experiência única que reflita a essência dos Açores enquanto destino turístico, isto é, claramente identificada com o nosso património natural, edificado e cultural.

Somos um destino cujo principal produto turístico é o turismo de natureza e onde se pretende ao nível do alojamento ter associados conceitos da cultura e tradições locais, com o conforto que as novas soluções de construção e arquitetura permitem e que obedeçam aos padrões internacionais de construções 'verdes'.

No fundo, criar um conceito açoriano de 'Cool and Cosy', em que o visitante se encontre envolvido num ambiente único, capaz de o surpreender permanentemente e de lhe despertar o desejo permanente de cá voltar.

Para tal, os nossos empresários sabem que podem contar com o Governo dos Açores, que está, como sempre esteve e estará, ao seu lado para ultrapassar e vencer todos os desafios com que se deparem.

É, pois, uma honra para os Açores receber um evento com o prestígio deste Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo.

Tal como já tive oportunidade de referir, nos últimos anos desenvolvemos e implementámos nos Açores um conjunto de medidas estruturais que hoje permitem termos um setor do turismo caraterizado por uma enorme dinâmica e gerador de grande confiança junto dos nossos empresários.

Nos Açores, continuaremos a trabalhar para desenvolver este setor tão importante para a economia açoriana, tendo sempre em conta a sustentabilidade económica, a sustentabilidade ambiental e a sustentabilidade social da Região.

Tenho afirmado e insistido na ideia de que o turismo nos Açores só é bom se for efetivamente bom para quem cá vive.

É por isso que acredito também que o desenvolvimento deste setor no nosso arquipélago só poderá ser bem feito se continuar a contar, como estou certo que acontecerá, com a participação de todos os parceiros e entidades, públicas e privadas, como é o caso de todos aqueles que a AHP representa.

Estamos à vossa espera, com a certeza de que o 28.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo será um dos melhores, senão mesmo o melhor de sempre que a AHP já realizou.

Podem contar connosco, como nós temos sempre contado com a AHP nesta trajetória de desenvolvimento do setor na Região.

Para terminar, apenas uma palavra de reconhecimento ao Eng.º Luís Veiga, pelo empenho que colocou na concretização deste congresso na nossa Região.

Certamente na altura em que o congresso se realizará haverá oportunidade para o referir novamente, mas nunca é demais.

Quero também agradecer a todos os membros da direção a confiança que depositaram na realização deste evento na nossa Região.

Da parte do Governo dos Açores, à semelhança de outras entidades que aqui estão representadas, sabem que têm parceiros com os quais podem contar para concretizar este que será certamente um congresso que se espera que seja memorável na história da AHP.

Muito obrigado a todos!”



GaCS

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