sábado, 12 de novembro de 2011

Componente autonómica é essencial à defesa nacional


“Nenhuma estratégia de defesa nacional portuguesa estará verdadeiramente completa sem considerar e estimar positivamente a componente autonómica regional” afirmou ontem, em Ponta Delgada, o Subsecretário Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa.

Rodrigo Oliveira, que falava em representação do Presidente do Governo na cerimónia de abertura do 2º Curso Intensivo de Segurança e Defesa, que decorreu na Universidade dos Açores, acrescentou que “no caso da Região Autónoma dos Açores, a História e os seus diversos contextos encarregaram-se já, por diversas vezes, de relembrar - em especial àqueles que na Republica o esqueciam ou não queriam ver - o potencial único dos Açores para a definição de estratégias de defesa, a nível nacional é certo, mas também e por diversas vezes, para a definição dos equilíbrio políticos e geoestratégicos mais amplos no palco internacional”.

O Subsecretário Regional aludiu, depois, ao papel que os Açores desempenharam no contexto da projecção externa de Portugal nas I e II Guerras Mundiais, prosseguindo com a afirmação de que “a autonomia política e administrativa de 1976 fortaleceu claramente o aproveitamento deste potencial, que passou a beneficiar da acção concertada dos órgãos da República com os órgãos de governo próprio da Região”.

“Acima de tudo, a Autonomia reforçou a capacidade de actuação - de forma complementar - na afirmação da acção externa de Portugal, papel – não nos podemos esquecer de salientar - a que não é alheia a força decorrente da massa humana de açor-descendentes que, radicados na América do Norte e integrados social, económica e politicamente, exponenciam a projecção dos interesses da Região e do país junto dos respectivos territórios de acolhimento” afirmou.

Rodrigo Oliveira salientou ainda a realização, pela segunda vez consecutiva, do Curso Intensivo de Segurança e Defesa nos Açores e considerou ser “da maior importância que o Instituto da Defesa Nacional, num exemplo ímpar de continuidade e coerência, eleja as Regiões Autónomas como parceiros activo” da sua missão de assegurar o apoio à formulação e desenvolvimento do pensamento estratégico nacional nos domínios relacionados com a segurança e defesa. Elogiou também a Universidade dos Açores “pelo seu papel de anfitriã e de parceiro científico de um Curso que, ao longo dos próximos meses, trará, uma vez mais, para o palco central da Academia açoriana o debate e a reflexão sobre os conceitos de defesa nacional e, de forma ainda mais relevante, a sua problematização à luz da inter-relação com o espaço europeu e com a sociedade internacional”.

O Subsecretário Regional dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa recordou, na ocasião, que “o Governo da Região Autónoma dos Açores tem repetidamente afirmado e insistido na necessidade de Portugal valorizar a sua presença atlântica, a afirmação dos seus interesses estratégicos no mundo e o fortalecimento da suas relações de aliança, quer com os parceiros da América do Norte, quer na relação com o Atlântico Sul” e que “o papel dos Açores enquanto pilar da relação bilateral com os Estados Unidos da América, fundada na presença militar na Base das Lajes, deve merecer atenção redobrada por parte das entidades nacionais”.

“Espera, portanto e em suma, o Governo dos Açores, que os trabalhos deste Curso permitam apontar novas pistas que enformem a reflexão sobre as matérias da defesa e segurança, incutindo-as no espírito dos decisores nacionais mais distraídos” – afirmou, a terminar, Rodrigo Oliveira."


GaCS

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