segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Projecto Açores Global define estratégia de investigação e desenvolvimento dos Açores


O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos, está a concluir a primeira fase do projecto Açores Global. O documento define toda a estratégia de investigação e desenvolvimento para os próximos anos, no âmbito da chamada Agenda 20-20, uma agenda digital europeia que prevê novos desafios e financiamentos para projectar e aumentar a investigação e o desenvolvimento nas Regiões europeias.



No seminário Redes Energéticas do Futuro: desafios para a Macaronésia, que está a decorrer hoje e amanhã em Ponta Delgada, José Contente considerou positiva a ligação e as sinergias estabelecidas entre Açores, Madeira e Canárias, porque constitui um cluster fundado no conhecimento, na investigação, na inovação e na troca de experiências que possam trazer resultados concretos para as populações.


Na sessão de abertura do evento, o Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos referiu que “temos arquipélagos não só biogeograficamente semelhantes, temos sobretudo a inteligência que devemos colocar ao serviço das nossas Regiões”.


No âmbito do projecto MaReS – Macaronesia Research Strategy, estão definidas algumas áreas de investigação e desenvolvimento para cada uma das regiões: o mar e a tecnologia espacial para as Canárias, as tecnologias da informação e comunicação para a Madeira, e as áreas energéticas nos Açores, embora cada uma das Regiões possa desenvolver iniciativas nas outras áreas, como é o caso dos Açores, que tem dado especial relevo à tecnologia espacial.


“Com o cluster espacial que queremos fazer singrar a partir da estação da ESA em Santa Maria, onde já gravitam projectos importantes como o Centro Nacional de Vigilância Marítima do Atlântico Norte, que dá centralidade à região e ao país, deixamos de ser consideradas Regiões Ultra-Periféricas por via destes projectos estruturantes e somos antes uma plataforma de cruzamento de saberes, conhecimentos e experiências que devem conduzir, no futuro, a melhores condições de vida para as nossas populações”, referiu o governante.


No âmbito das Redes Energéticas Inteligentes, o Governo dos Açores está a desenvolver o projecto Green Islands, que representa uma forte aposta nas energias renováveis. O governante deu a conhecer um projecto inovador nesta área, nomeadaemente ao nível da iluminação pública das estradas. “Discute-se actualmente o aproveitamento da energia cinética e potencial dos carros que passam nas estradas. Essa energia, com infra-estruturas próprias, pode produzir energia para a iluminação da via pública, sem gastos e utilização dos combustíveis fósseis”, avançou José Contente, referindo que além deste há um conjunto de projectos na área da ciência e tecnologia que visam garantir que a Região seja cada vez mais auto-sustentável.


José Contente relembrou que os Açores, Madeira e Canárias têm a maior zona económica exclusiva dos respectivos países e afirmou que “isso significa uma responsabilidade acrescida” na defesa desses espaços e do património natural e genético, como está a fazer a Região, porque “se há muita gente que já os cobiça é porque têm uma grande riqueza. Isso significa que as nossas regiões podem e devem ser mais ricas por via desses recursos minerais”.



GaCS

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