O Secretário Regional da Saúde garantiu hoje, na Assembleia Legislativa, na Horta, que o Governo dos Açores tem “ideias muito concretas” do que pretende para o setor da saúde no arquipélago.
Luís Cabral, que intervinha durante uma interpelação ao Governo sobre o setor da saúde apresentada pelo CDS/PP, referiu que o Executivo está “muito confiante” que as medidas e ações que estão a ser tomadas “vão levar a um melhor desempenho do Serviço Regional de Saúde”.
Nesse sentido, frisou que, depois da entrada em vigor do Plano de Ação para a Restruturação da Saúde, o Governo tem vindo a trabalhar “num vasto conjunto de medidas que vão contribuir, em muito, para a organização das unidades de saúde, permitindo uma melhor utilização dos recursos, evitando abusos e fazendo com que os serviços cheguem a mais pessoas”.
Luís Cabral lembrou, a propósito, que os concursos já lançados para as compras centralizadas de material de consumo clínico e medicamentos permitem obter “uma poupança superior a 500 mil euros anuais, só nos três hospitais da Região”, adiantando que “novos concursos estão a ser preparados e lançados para aumentar a capacidade de investimento no próprio setor, para que mais pessoas possam ter melhor acesso aos cuidados de saúde”.
O Secretário Regional revelou ainda que, tendo sido detetada a existência de “situações em que os cuidados de saúde, consultas e exames complementares chegavam depressa a uns Açorianos, mas faltavam a outros”, foi decidido alterar “o enquadramento legal para garantir o princípio de equidade”.
“As deslocações de especialistas passam a ser feitas em função das listas de espera para cada especialidade e não em função de uma programação anual”, disse Luís Cabral.
O Secretário Regional revelou também que, tendo-se constatado que o atual regime convencionado não estava ajustado às necessidades, já que “permitia abusos e não abrangia todas as áreas necessárias”, o Governo deu início a “um processo de revisão das atuais convenções, de forma a tornar a sua utilização mais ágil, sendo o processo tratado diretamente entre as unidades de saúde e os convencionados”.
“Este modelo permitirá, por exemplo, que o Hospital do Divino Espirito Santo possa dar resposta na área da Imagiologia, através de uma convenção direta, resolvendo os constrangimentos que têm surgido nesta área”, afirmou.
Luís Cabral salientou, por outro lado, que o processo de gestão centralizada de marcação de consultas e de deslocações de doentes no arquipélago, em fase de preparação, “vai permitir uma otimização dos serviços, vai resultar numa poupança significativa e, sobretudo, numa maior comodidade para as pessoas, que não terão de fazer duas ou três viagens e não terão de ficar tanto tempo fora dos seus familiares”.
Quanto à fixação nos Açores de médicos nas áreas mais carenciadas, o Secretário Regional disse que o Governo tem já “sinais de que é uma medida para dar frutos”, adiantando que, com a chegada de mais especialistas, será possível “resolver uma parte significativa das listas de espera cirúrgica”.
Luís Cabral anunciou também que já foi solicitado aos hospitais que desenvolvam planos para dar resposta às pequenas cirurgias que não precisam de anestesistas e que estão a engrossar a lista de espera, uma vez que “não há motivo” para que essa lista de espera de pequenas intervenções esteja a contribuir para o número de Açorianos à espera de cirurgia.
Na sua intervenção, o Secretário Regional congratulou-se com o facto de a saúde ser “escrupulosamente escrutinada” pela Assembleia Legislativa com regularidade, como sucedeu nos últimos 12 meses com duas iniciativas do BE e do CDS/PP, mas acusou os seus promotores de “falta de imaginação e criatividade”, já que “o caminho escolhido segue sempre a mesma abordagem”, que começa com “um burburinho mediático na semana anterior sobre algumas questões da área, que serve para ir bater nos mesmos três ou quatro pontos e assim transmitir a ideia de que está tudo mal”.
“Compreendemos que é um tema sensível e portanto fácil para servir de palco a quem pretende manter-se debaixo dos holofotes e aproveitar um tempo de antena fácil, mas, segundo o nosso entender, merece uma abordagem diferente”, defendeu Luís Cabral, salientando que o Governo “já demonstrou o seu empenho, ao mais alto nível, no sentido da sua aposta num serviço de saúde de maior proximidade, de maior qualidade, de maior eficiência e também com maior transparência”.
“Ao contrário do que o Sr. Deputado Artur Lima afirmou em campanha eleitoral na Ribeirinha em 2008, fica evidente, pelo ataque acérrimo às medidas que temos implementado, que não são os socialistas que se cobrem com a mesma manta que os lobbies instalados na saúde”, frisou Luís Cabral.
GaCS
Sem comentários:
Enviar um comentário