quinta-feira, 7 de abril de 2011

Governo enaltece papel das Caixas de Crédito Agrícola no desenvolvimento económico regional e nacional

O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores disse ontem à noite, em Ponta Delgada, que uma instituição bancária, com capacidade de equilíbrio entre os seus depósitos e créditos, terá capacidade superior para manter uma postura empreendedora no futuro.

Na cerimónia de lançamento do livro “100 Anos do Crédito Agrícola em Portugal”, à qual presidiu, Sérgio Ávila exortou os empresários do sector bancário e financeiro para a necessidade de haver uma maior capacidade de criar e de investir, de acordo com os recursos existentes.

O governante açoriano admitiu, no entanto, que, face à conjuntura financeira internacional, poderá ocorrer uma menor capacidade de antecipar os recursos futuros, pelo que se torna importante valorizar o papel das caixas de crédito agrícola no desenvolvimento económico nos próximos anos.

Na opinião de Sérgio Ávila, o motor do crescimento económico passa pela dinamização do investimento privado, do consumo privado, bem como pela capacidade de exportar, reduzindo as exportações.

Asseverou, por isso, que os sectores, primário e industrial, ligado sobretudo à agricultura, são fundamentais para o desenvolvimento regional, justificando tratar-se de áreas onde existe maior capacidade de exportação e vantagens comparativas em termos produtivos.

O Vice-Presidente advogou que o aumento das exportações açorianas, contribui para anular o efeito decorrente da actual incapacidade de financiamento do sistema bancário ao consumo e ao investimento privado, permitindo, também, manter estável o investimento público.

Defendeu, nesse sentido, o reforço do papel das Caixas de Crédito Agrícola no desenvolvimento económico das ilhas, bem como uma maior rentabilidade da actividade do sector primário para que se possa gerar maior valor acrescentado bruto nas nossas explorações agrícolas e nas empresas, mesmo em detrimento da óptica da quantidade.

Sérgio Ávila revelou, na ocasião que, segundo dados do Banco de Portugal, as instituições bancárias da Região Autónoma reduziram em 581 milhões de euros a sua capacidade de alavancar a economia entre 2001 e 2010.

Nesse sentido, adiantou que a diferença entre os depósitos captados e os créditos concedidos pelas instituições bancárias locais era, em 2007, de 601 milhões de euros.

Segundo esclareceu, o crédito concedido pelas instituições bancárias nos Açores, foi, em 601 milhões de euros, superior aos depósitos arrecadados.

Adiantou, também que, em 2010, a capacidade das instituições bancárias e financeiras alavancarem e criarem um efeito multiplicador da economia açoriana, passou somente para 20 milhões de euros, situação que levou o sector a não ter melhores condições para financiar empresas e famílias, não se tendo constituído como um motor de desenvolvimento e crescimento económico.

Considerando que a economia assenta cada vez menos em financiamentos especulativos, aquele membro do executivo açoriano enalteceu a relevância de haver uma estrutura financeira sólida com capitais próprios e uma maior capacidade de obtenção de depósitos, como instrumento que proporcione um valor superior no futuro em prol do desenvolvimento da Região Autónoma.

Na opinião de Sérgio Ávila, as Caixas de Crédito Agrícola, sendo uma realidade já com 89 anos nos Açores, não têm uma dependência de financiamento de capitais externos ao país ou à sua própria actividade e preconizou o reforço dessas instituições que classificou de fundamentais para a dinamização económica regional e nacional.

Salientando, por isso, a eficácia competitiva das Caixas de Crédito Agrícola, o Vice-Presidente do Governo afirmou, igualmente, que os sectores produtivos regionais e nacionais são indispensáveis ao desenvolvimento a médio e longo prazo em todo o país.


GaCS/CM

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