terça-feira, 12 de julho de 2011

Carlos César exorta ao cabal aproveitamento das potencialidades económicas dos núcleos de recreio náutico





O Presidente do Governo dos Açores disse hoje que os núcleos de apoio ao recreio náutico existentes nos Açores não devem ser encarados como “parques de estacionamento ou estruturas de lazer”, mas antes como “estruturas que podem e devem servir para criar riqueza, para criar valor, para suscitar e motivar negócios com benefícios para todos em cada uma das nossa ilhas”

Carlos César, que falava, precisamente, na cerimónia de inauguração do Núcleo de Recreio Náutico do porto das Lajes, na ilha das Flores, sublinhou que a melhoria da oferta turística decorrente dos investimentos governamentais que têm sido feitos em marinas e núcleos de recreio náutico ultrapassa essa simples, embora dispendiosa, estruturação das zonas portuárias.

Para o governante, “é um esforço que se estende a todas as ilhas, mas que se estende, também, à própria população pelo que ela possa ser capaz de propiciar em termos de acolhimento afectivo, como, também, naturalmente, no plano comercial e na prestação de serviços correlacionado.”

O Núcleo de Recreio Náutico e o edifício polivalente de apoio, hoje inaugurados, inserem-se no conjunto de infra-estruturas que, na visita estatutária que o Governo efectua, desde ontem, à ilha das Flores, passaram a estar ao serviço da população, como são os casos do pavilhão desportivo da Escola Maurício de Freitas, a câmara hiperbárica do Centro de Saúde e a ampliação do matadouro local, numa lógica de melhoramento das atractividades, das condições de vida e das oportunidades de negócios na ilha que possam contribuir para contrariar a tendência de redução populacional.

As instalações para o Recreio Náutico das Lajes das Flores – representando um investimento superior a nove milhões de euros – incluíram a construção de um molhe de abrigo da nova bacia de estacionamento, com cerca de cem metros de comprimento, e a criação de um terrapleno de apoio ao recreio náutico, para alagem e estacionamento a seco das embarcações.

A estrutura flutuante contempla 17 postos de acostagem para embarcações menores de seis metros, 25 postes para embarcações com comprimentos entre os seis e os oito metros, 3 postos para embarcações com comprimentos entre os oito e dez metros, além de um cais de recepção com 20 metros de comprimento e fundos a menos 4 metros. O cais aderente ao molhe de protecção, com 55 metros de comprimento e fundos a menos 4 metros, também permite acostagem de embarcações com comprimentos superiores a 10 metros.

O edifício polivalente destina-se a albergar os diversos serviços portuários, designadamente a gare de passageiros com sala de espera, bilheteiras, bar, instalações sanitárias e depósito de bagagens; serviços técnicos e administrativos da Associação de Portos do Triângulo e Grupo Ocidental (APTO); gabinete para a Polícia Marítima; e armazém para as mercadorias a enviar para o Corvo ou a receber daquela ilha.

Como sublinhou Carlos César, se a esta empreitada se adicionar aquela que em breve se iniciará – do prolongamento do cais acostável e de construção de oficina e garagem para máquinas no porto comercial, para além do reforço da cabeça do molhe e aquisição de diverso equipamento –, o investimento global rondará os 13,9 milhões de euros.

Com o novo núcleo de receio náutico, os Açores passarão a contar com 1.860 lugares de amarração, o que, na opinião do Presidente do Governo, confere à região “a dimensão adequada a uma posição atractiva no apoio ao cruzamento do Atlântico pelo iatismo internacional.”

Por outro lado, Carlos César considera que este investimento dá bem “a ideia de como entendemos o nosso património marítimo e o partido que podemos tirar desta nossa centralidade atlântica, seja na vertente turística, seja na vertente da investigação e do aproveitamento dos recursos naturais.”

Aliás, concluiu o governante, os desafios resultantes do alargamento da plataforma continental portuguesa implicam “um esforço muito grande à escala nacional”, bem como uma cooperação estreita entre as autoridades nacionais e regionais, “no sentido de que o nosso paìs e a nossa região possam tirar o maior partido possível dessa nova realidade.”



GaCS/CT

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