É fundamental que os cidadãos “acedam a informação fiável e esclarecida, para que possam prevenir a ocorrência de situações de residência ilegal e o abandono forçado dos países de acolhimento, provocado pela infracção às leis que regulam as entradas e saídas, e as condições de permanência”, defendeu, hoje em Cambridge, nos Estados Unidos da América, o Secretário Regional da Presidência.
André Bradford, que falava na cerimónia de abertura do Simpósio Internacional sobre Direitos Humanos e Qualidade de Vida nas Comunidades Falantes do Português nos EUA e Canadá, organizado pelo Governo dos Açores, referia-se ao problema do repatriamento de cidadãos emigrantes e à resposta do Governo dos Açores tem dado, através da Direcção Regional das Comunidades, com o programa LEGAL – Legalization Effort of the Government of the Azores and Logistics, que garante auxílio e fomento dos processos de legalização ou naturalização, considerando que estes “muitas vezes dependem apenas de um pequeno impulso adicional ou de uma ajuda burocrática para se concretizarem, mas que são essenciais para evitarmos novas situações injustas de abandono compulsivo dos países de acolhimento”.
André Bradford lembrou a tendência que existe em “sobrevalorizar os sucessos e minorar os problemas porque passam as comunidades emigrantes nos países de acolhimento”, sustentando que esta atitude fica a dever-se, em larga medida, ao facto de que “as nossas comunidades no exterior representam casos de sucesso quanto à sua integração, ao seu desenvolvimento pessoal e económico e à sua inclusão social”.
Apesar destes sucessos que nos “orgulham a todos”, o governante, reconhece que “subsistem áreas onde os padrões de integração não são os desejados, originando situações de injustiça, de segregação e de difícil adaptação sócio-económica” que necessitam de atenção e que estão “na agenda diária do Governo dos Açores e na sua acção quotidiana”.
André Bradford destacou, a este propósito a importância das migrações, quer sejam “as comunidades no exterior, tal como, mais recentemente, os imigrantes que são acolhidos nos Açores, que, por vontade própria, se tornaram parte na construção da nossa sociedade, constituem - conforme sublinhou -, um capital imprescindível na definição e afirmação dos Açores que fomos, que somos e que queremos ser”.
Para André Bradford a defesa desse capital “passa necessariamente por uma integração, legal e de facto, o mais conseguida possível, sem perda de identidade, mas com ganho de direitos”.
O responsável pela política das comunidades do Governo dos Açores, salientou a importância da iniciativa da realização do Simpósio e das personalidades e entidades a que a ela se associaram, cujo “contributo” relevou, no sentido “de um reforço do debate sobre que acções e medidas concretas podem e devem ser promovidas, questionando as nossas auto-caracterizações enquanto comunidade emigrante e promovendo as melhores práticas para assistir aqueles que necessitem da acção do Governo dos Açores ou das inúmeras organizações que connosco colaboram no âmbito da Rede Internacional das Organizações de Serviço Social, instrumento fundamental para tornarmos mais ampla e eficaz a resposta pública aos reais e variados anseios dos açorianos no exterior”.
GaCS
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