sexta-feira, 15 de junho de 2012

“A banca paralisou parte das empresas de construção civil”, diz José Contente


A conjuntura atual pode ser de dificuldades mas também é de desafios, “de acerto do passo das empresas que têm viabilidade para continuarem no mercado”, sublinhou hoje o Secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos. Às empresas, o governante recomendou a aposta na formação e qualificação, o cumprimento das regras de higiene e segurança no trabalho e reforço da capacidade competitiva.

José Contente, que falava na sessão de abertura do seminário “Marcação CE nos produtos de construção – aplicação nos Açores”, que decorre no LREC, em Ponta Delgada, apelou à responsabilidade social da banca para continuar a alavancar a economia, no âmbito das respetivas responsabilidades e interesses. “Sabemos que alguns constrangimentos foram impostos à banca em termos de crédito, mas sabemos também que a própria banca tem instrumentos que lhe permite continuar a fazer o papel que lhe compete, que é a alavancar a economia naquilo que é da sua responsabilidade e do seu interesse que é, naturalmente, também do interesse da economia regional”, referiu o Secretário Regional.

O governante confirmou ainda a necessidade de mecanismos de regulação para defender a economia açoriana. Perante a regência da lei da oferta e da procura no mercado, a tutela defende uma economia não totalmente aberta, evitando a “selvajaria económica do liberalismo económico. É preciso termos, sobretudo numa Região também como a nossa, alguns instrumentos e fatores de regulação para podermos defender as empresas, a nossa sociedade”.

Fazendo o balanço evolutivo do setor da construção civil nas últimas décadas, o Secretário Regional frisou que a conjuntura atual teve origem no acentuado decréscimo do investimento privado, que até 2009 representava 53 por cento. O investimento público, pelo contrário, mantém-se e tem evitado o constrangimento financeiro do setor, motivado pela “falta do financiamento do setor bancário ao investimento privado”.

José Contente relembrou uma outra crise associada ao setor, “a crise da construção civil de 1992/1996, provocada na altura por razões inversas, “o incumprimento do Governo Regional da época que não pagava aos fornecedores e não havia investimento público, só privado”, evocando assim as diferenças entre as fases de sufoco da construção civil nos Açores.

Qualquer nova política de construção civil, para além de tentar melhorar permanentemente o que se passa no setor, desde a fase do projeto à sua execução, deve sobretudo, constata José Contente, continuar a adequar o lançamento de projetos à capacidade dos recursos financeiros de quem os lança e, naturalmente, tendo em os recursos humanos disponíveis. “Só assim, com este tipo de objetivos, estratégias e medidas é que nós podemos continuar a melhorar o gap competitivo que ainda pode haver na Região quando comparado com outros sítios”, acrescentou.

A marcação CE nos produtos de construção visa trazer novas exigências e novas oportunidades ao setor, nomeadamente em termos de segurança e nível de desempenho dos produtos da construção civil.


Anexos:
2012.06.15-SRCTE-SeminárioMarcaçãoCE.mp3


GaCS

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