Falta de financiamento do Governo da República à Universidade dos Açores é mais um “caso grave de negligência”.

O Secretário Regional da Presidência afirmou esta manhã no parlamento açoriano, que a falta de financiamento do Governo da República é mais um “caso grave de negligência do Estado para com os açorianos”, a que se somam os casos da RTP Açores e do encerramento de serviços de finanças e tribunais na Região.

Para André Bradford, o problema coloca-se, de algum tempo para cá, naquela que é a tendência deste Governo da República de, perante dificuldades financeiras “começar por negligenciar, por cortar e fechar tudo o que diz respeito às autonomias, em particular à autonomia dos Açores”.

Este “padrão”, disse o governante, “é preocupante”, exigindo “da nossa parte, união na reivindicação dos nossos direitos”. Uma união que deve acontecer “entre as forças políticas” e “entre as instituições de governo próprio representativas da autonomia regional”.

Da parte do Governo, disse, esta questão “tem tido uma acão muito concreta, muito firme, tentando ser o elemento de equilíbrio perante aquilo que é o desrespeito reiterado para com os deveres da República na Região”.

A prová-lo está a recente decisão do Governo dos Açores em intervir, fazendo-o, numa primeira instância ao reconhecer “os custos acrescidos e a necessidade de se manter a lógica da organização tripolar da universidade”.

É por isso, adiantou André Bradford, que o Governo dos Açores “concede, para além das suas competências legais e constitucionais, um apoio anual especificamente para esse efeito  mas, na presente conjuntura e perante o total desinteresse injustificado, infundado, sem nenhum tipo de argumentação do Governo da República, fê-lo com particular acuidade, aumentando o apoio financeiro que concede à Universidade dos Açores, sabendo que o faz duma forma que ultrapassa claramente o seu leque de competências e as suas obrigações” e sabendo também conscientemente que o faz “em substituição daquelas que deviam ser as verbas que a República tinha por obrigação transferir” para a Universade dos Açores.

Este reforço de apoio do Governo dos Açores acontece por isso “num contexto muito preciso, transitório” e porque o executivo açoriano “reconhece a importância da Universidade dos Açores, porque o seu primeiro dever é zelar pela coesão do processo autonómico e das instituições autonómicas e para garantir que, mesmo perante o desinteresse do estado, mesmo perante o desleixo da república e uma reiterada tendência para esquecer os Açores, os órgãos do governo próprio da região e em particular o Governo Regional dos Açores estará sempre firme na defesa dos interesses dos açorianos e na defesa das instituições da autonomia”.

Recorde-se que o Governo dos Açores, através dos seus fundos comunitários, apoiou investimentos no campus de Angra e no Departamento de Oceanografia e Pescas, na Horta, num valor de mais de dez milhões de euros, para além de 150 mil euros para aquisição de equipamentos laboratoriais e do apoio anual que ronda os 342 mil euros.

O Governo assegurou ainda recentemente, um financiamento, através dos seus fundos comunitários, à Universidade dos Açores, de mais de 1,5 milhões de euros, para que a Universidade possa fazer face à dívida contraída para aquisição de equipamento para o campus de Angra e que o Governo da República recusou comparticipar.



Anexos:
2012.06.13-SRP- UAç 1.mp3 2012.06.13-SRP-UAç 2.mp3



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