terça-feira, 14 de agosto de 2012

Inventário do Património Baleeiro Imóvel dos Açores inclui 186 itens dispersos por todas as ilhas


O Diretor Regional da Cultura anunciou hoje, na Horta, a edição próxima de cinco roteiros sobre o património baleeiro imóvel do arquipélago.

Esta será uma das “consequências imediatas” da elaboração do Inventário do Património Baleeiro Imóvel dos Açores, que o Governo contratualizou no ano passado com o Observatório do Mar dos Açores (OMA), uma associação técnica, científica e cultural, sem fins lucrativos, que tem sede na Fábrica da Baleia de Porto Pim, na Horta.

Para Jorge Bruno, que recebeu nesta terça-feira o “inventário” realizado pelo OMA, é agora intenção do Governo “dar utilidade” a este projeto, que “permite perceber a riqueza, existente ao nível de todas as ilhas, relacionada com o património construído ligado à faina da baleação”.

Segundo argumentou, “a cultura da baleação nos Açores tem um impacto muito grande”, razão pela qual “era importante conhecer as estruturas físicas que estavam associadas ao desenvolvimento dessa atividade e dessa cultura”.

Conforme revelou, a ideia é disponibilizar ao público “o conhecimento que agora temos” graças à realização deste inventário sobre o património baleeiro imóvel, o que será feito através da publicação de vários roteiros.

Através do OMA, e agrupando algumas ilhas, vamos publicar cinco roteiros, para que qualquer visitante ou qualquer interessado possa fazer um percurso ao longo da ilha e ter um contacto direto com os sítios e com os locais onde existiram atividades ligadas à baleação nos Açores, explicou Jorge Bruno.

Aquele responsável lembrou ainda que a baleação é um tema “muito apetecido” nos Açores, nomeadamente em termos de museologia, adiantando, a título de exemplo, que o Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, é o museu açoriano com maior número de visitantes.

O trabalho agora entregue ao Governo pelo OMA, na sequência do contrato celebrado em fevereiro do ano passado, inventaria 186 itens, maioritariamente localizados nas ilhas do Pico (43), São Miguel (30), Faial (24) e Flores (23). Os restantes itens estudados situam-se nas ilhas Graciosa (20), São Jorge (15), Terceira (15), Santa Maria (11) e Corvo (cinco).

Entre outras estruturas, fazem parte deste inventário 19 complexos baleeiros, cinco fábricas, 11 postos baleeiros, 12 varadouros, 43 vigias, 23 casas de botes e 33 rampas de varagem.

De acordo com o Diretor Regional da Cultura, o OMA deverá também apresentar proximamente uma proposta no sentido da classificação de algumas das estruturas do património baleeiro imóvel agora inventariado.

A inventariação agora realizada pelo OMA abrange varadouros, rampas de varagem/alagem de cachalotes, pátios de desmancho e esquartejamento de cachalotes, casas de botes, áreas de derretimento de “baleias” a fogo direto, fábricas de processamento de cachalotes, vigias de baleia e vestígios arqueológicos de locais de encalhamento de cachalotes nos portos e estações baleeiras artesanais.

Neste estudo, de todos os bens imóveis e sítios inventariados constam ainda, entre outros elementos de identificação, a localização e mapeação, proposta de datação/contexto temporal de edificação, caracterização do seu contexto histórico, descrição, referências bibliográficas e imagens.


Anexos:
2012.08.14-DRaC-InventárioPatrimónioBaleeiro.mp3


GaCS

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