O Diretor Regional das Comunidades afirmou, no Canadá, que as comunidades açorianas da diáspora têm sido essenciais na construção e desenvolvimento de diversas sociedades, contribuindo para a afirmação dos Açores e, consequentemente, de Portugal.
Paulo Teves, que falava sábado, em representação do Presidente do Governo, na inauguração do monumento ‘Shore to Shore’, no Stanley Park, na cidade de Vancouver, dedicado ao pioneiro açoriano ‘Portuguese Joe’, considerou que esta cerimónia representou mais “um momento histórico e de reconhecimento da valentia e do espírito empreendedor do Povo Açoriano, características singulares que sempre nortearam a vida das gentes das ilhas”.
“Este monumento sinalizará, para a posteridade, a presença e a ação do Açoriano nestas remotas paragens canadianas, que mereceu o reconhecimento dos diferentes povos que constituem esta terra”, afirmou o Diretor Regional, acrescentando que esta cerimónia "repleta de significado e afetividade, homenageia não apenas um homem, mas todos os outros que se lhe seguiram à procura dos meios existenciais que lhes permitissem uma vida digna, promissora de venturas nesta terra longínqua”.
“O Governo dos Açores associou-se, desde cedo, a este projeto que, sem dúvida, enriquece e valoriza a nossa história, marcada pela emigração e pelas comunidades da diáspora, as quais, apesar das distâncias temporal e geográfica que as separam das suas origens, continuam ligadas às nossas ilhas”, frisou.
Nesse sentido, salientou que as pedras que se encontram na base do monumento foram oferecidas pelo Governo dos Açores, como contributo e reconhecimento, não apenas da importância da iniciativa, mas também do envolvimento comunitário que ela motivou.
O monumento ‘Shore to Shore’, criado pelo artista Luke Marston, trineto do homenageado Joe Silvey, materializa uma ancestral ligação entre as culturas açoriana e Coast Salish – First Nation e assinala a chegada do primeiro português a pisar a costa ocidental do Canadá, há mais de 150 anos, além de ser um verdadeiro testemunho da sua inegável contribuição para o desenvolvimento daquela região.
A cerimónia de inauguração reuniu mais de 200 convidados e contou com as presenças da Lieutenant Governor da British Colombia, Judith Guichon, da Ministra da Justiça da mesma província, Suzanne Anton, do Mayor de Vancouver, Gregor Robertson e de representantes de diversas associações das comunidades açorianas e da Nação Coast Salish, tendo o Diretor Regional das Comunidades sido o único orador vindo dos Açores.
Joe Silvey nasceu na Calheta de Nesquim, na ilha do Pico, a 23 de abril de 1828 e, desde muito jovem, andou na caça à baleia.
Embarcou num navio baleeiro americano, juntamente com o pai e o irmão, e, em 1852, chegou ao local que hoje é a província de British Columbia, nunca mais tendo regressado aos Açores.
Durante o século XIX, Joe Silvey, que casou com duas mulheres da Nação Coast Salish, dedicou-se à atividade piscatória e à abertura de espaços comerciais, tendo promovido o desenvolvimento de diversos locais daquela província e ajudado muitos portugueses que se fixaram na zona.
A estátua, que mede cerca de cinco metros de altura, onde figura Joe Silvey e as suas duas mulheres, está assente numa base de calçada dos Açores, oferecida pelo Governo Regional, e compreende diversos elementos que abarcam as duas culturas numa harmoniosa simbiose.
“A base deste monumento não podia estar melhor representada, através da pedra vinda diretamente dos Açores que simboliza a origem de tudo isto, a razão de estarmos aqui hoje”, afirmou Paulo Teves.
Para o Diretor Regional, “a edificação deste imponente monumento promove e assegura a transmissão do valioso património cultural dos nossos ancestrais legado às gerações vindouras, reforçando, deste modo, as imagens da Açorianidade e da Portugalidade no mundo”.
GaCS
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