O Vice-Presidente do Governo Regional reafirmou, esta tarde, em Ponta Delgada, o grande empenho do executivo no apoio às empresas e às famílias açorianas, numa altura em que, novos desafios a todos obrigam ao reforço da capacidade empreendedora e ao rigor na gestão dos recursos disponíveis.
Sérgio Ávila falava na cerimónia de assinatura de diversos protocolos de cooperação com instituições financeiras que operam na Região Autónoma dos Açores e que darão execução a uma nova linha de crédito intitulada “Açores Empresas II” que vai permitir potenciar um novo financiamento de 60 milhões de euros para as empresas açorianas.
O Vice-Presidente precisou que, com estes protocolos, as empresas açorianas que tenham pagamentos em atraso por parte de municípios açorianos, vão poder receber agora, o que as câmaras só poderiam pagar até daqui a dois anos. Isto é, todas as facturas emitidas até 15 de Maio de 2010 poderão ser recebidas pelas empresas ou fornecedores, no âmbito destes protocolos, através das instituições financeiras aderentes, cabendo aos municípios a responsabilidade de liquidar esse compromisso até ao prazo máximo de dois anos.
Sérgio Ávila salientou que esta nova linha é inovadora e única no País devendo começar a ser operacionalizada a partir da próxima semana. Neste protocolo o Governo assume um spread até 3,5% e as autarquias, o correspondente ao respectivo indexante. O objectivo desta linha é dar mais liquidez às empresas facultando-lhes novas condições para enfrentarem as dificuldades decorrentes das suas necessidades de liquidez e de financiamento.
No conjunto de todos os apoios estabelecidos pelo Governo Regional, desde o início do ano passado e até hoje, as empresas açorianas foram financiadas ou refinanciadas em 206,4 milhões de euros o que correspondeu a um apoio directo a 1.107 empresas.
O Vice-Presidente do Governo Regional, no enquadramento que fez da actual situação do sistema financeiro internacional, referiu que os Açores estão perante mais um desafio conjuntural que convoca a todos os açorianos a reforçarem a sua capacidade empreendedora e o rigor na gestão dos recursos disponíveis. Acrescentou o governante que, apesar de tudo, os açorianos, estão, no entanto, muito conscientes das suas potencialidades e da sua capacidade de enfrentar esses novos desafios, com confiança e determinação - uma confiança alicerçada na solidez do percurso já efectuado, assente numa utilização equilibrada e sustentada dos recursos.
Para Sérgio Ávila, os Açores não alavancaram o seu desenvolvimento em financiamentos exteriores nem hipotecaram os recursos de futuras gerações com opções de investimento já concretizadas ou com políticas insustentáveis a médio ou longo prazos. A opção foi por só fazer o que se poderia pagar e por liquidar apenas, com os recursos gerados, tudo aquilo que foi feito.
Nessas circunstâncias, as necessidades de financiamento público dos Açores, estão muito menos dependentes e muito menos expostas à evolução incerta dos mercados financeiros internacionais, do que a generalidade dos países europeus, criando-se, assim, uma confiança acrescida e a estabilidade necessária para prosseguir o rumo com sustentabilidade económica e coesão social.
O Vice-Presidente do Governo Regional insiste nos objectivos estratégicos que devem continuar a ser assumidos para consolidar a trajectória de desenvolvimento e assegurar maiores níveis de produção e de rendimento para todos os açorianos, destacando, a esse respeito, o incremento da competitividade externa da Região, aumentando a capacidade de exportação e reduzindo as necessidades de importação e fazendo incorporar mais valor na actividade produtiva açoriana.
Sérgio Ávila aproveitou a oportunidade para destacar que recentes dados do Ministério das Finanças confirmam que o Governo dos Açores cumpre, integralmente, o pagamento, a tempo e horas, aos seus fornecedores tendo tido como prazo médio de pagamento às empresas, 16 dias, em 2009, e que, comparativamente, a outras entidades da Administração Pública, o Governo dos Açores paga 10 vezes mais, rapidamente, do que o Governo da Madeira; oito vezes mais, rapidamente, do que o total das autarquias do País e cinco vezes mais, rapidamente, do que a Administração Central, o que, para as empresas açorianas representa uma condição acrescida de competitividade.
No final da sua intervenção, Sérgio Ávila teve ainda ocasião para salientar que o Governo dos Açores está disponível, no âmbito da linha “Açores Invest” para reforçar o apoio às micro e pequenas empresas, nomeadamente, para rever as condições do protocolo de forma a que se possa aumentar o prazo de carência de reembolso ou de alargar o período de amortização dos financiamentos já obtidos. Ou seja, finalizou o Vice-Presidente do Governo, pode vir a ser criado um apoio adicional às empresas de forma a criar condições adicionais de liquidez às empresas regionais, desde que os bancos estejam, também, disponíveis para rever o protocolo estabelecido.
GaCS/JMB
Sem comentários:
Enviar um comentário