A Casa dos Açores da Nova Inglaterra enviou hoje uma carta ao Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a manifestar a “grande preocupação” da comunidade emigrante da Nova Inglaterra face “às intenções manifestadas” por Miguel Relvas “no contexto da aprovação do Plano de Sustentabilidade Económica da RTP de concentrar a produção própria de conteúdos da RTP Açores a um período de cinco horas”.
Nesta carta, que é acompanhada de um abaixo-assinado recolhido junto dos seus associados, a Casa dos Açores da Nova Inglaterra considera que “a RTP Açores desempenha para as comunidades açorianas no exterior um importante veículo de ligação à realidade quotidiana da Região, bem como uma ponte de contacto com a cultura, o património e o povo açoriano”, acrescentando que é “por isso que a comunidade portuguesa de origem açoriana, residente na América do Norte, subscreve os serviços da RTP Internacional, dada a parcela significativa de conteúdos fornecidos pela RTP Açores” o que, sustenta, “representa um contributo simbólico e financeiro para o financiamento da RTP Açores”.
Na opinião da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, transmitida a Miguel Relvas, as intenções manifestadas no sentido da concentração da produção própria do canal açoriano num período de cinco horas, “reduziria de forma irreversível a capacidade da RTP Açores para desenvolver outros formatos e conteúdos que têm maior relevância para as comunidades açorianas no exterior e que vão para além da informação diária”.
A Casa dos Açores da Nova Inglaterra manifesta a sua compreensão, considerando o actual contexto do país, para o “necessário esforço de aumento da eficiência económica e financeira da RTP, enquanto empresa do sector público do Estado”, mas “não aceita que o Governo de Portugal, que inscreveu como objectivo do seu programa de governo: “Revalorizar as comunidades de portugueses residentes no estrangeiro, tanto as tradicionais como as mais recentes, que representam um valor estratégico da maior importância para Portugal, nas componentes financeira, económica, cultural, social e política”, venha limitar o conhecimento que as comunidades no exterior têm do seu país e suas diferentes regiões”.
A carta conclui que o “sentimento -agora transmitido ao Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares – é partilhado pelos cerca de 1 milhão de açor-descendentes nas várias comunidades da América do Norte, para quem a RTP Açores não é só um canal de televisão: é uma instituição fundamental de ligação às raízes e de preservação da identidade”.
GaCS
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