sábado, 17 de dezembro de 2011

Sustentabilidade é o desafio principal para o aumento das trocas comerciais com Cabo Verde, afirma Vasco Cordeiro


Os empresários açorianos devem ter a consciência de que o “reforço dos laços comerciais com Cabo Verde constitui uma oportunidade com futuro” para a internacionalização da economia regional e a noção de que essa aposta só é possível se for “desenvolvida com sustentabilidade”, defendeu esta sexta-feira, o Secretário Regional da Economia.

Vasco Cordeiro, que falava no encerramento do seminário “O potencial do mercado de Cabo Verde para os Açores”, organizado pela Agência para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA), alertou, no entanto, que o reforço desta parceria “não pode ter apenas como objectivo principal criar ligações marítimas ou aéreas com Cabo Verde”.

Segundo o governante “a criação dessas ligações será, talvez, o passo fácil”. “O que é necessário é que a criação dessas ligações se faça com sustentabilidade, não apenas financeira, mas também quanto ao volume criado e em todos os aspectos instrumentais, já que não podemos ter uma ligação que subsista durante dois ou três meses e que depois acabe por falta de sustentabilidade”, disse.

A par do “trabalho interno que está já a ser feito nesse domínio dos transportes”, Vasco Cordeiro considerou o protocolo ontem assinado entre a Agência Caboverdiana de Promoção do Investimento, o Banco Espírito Santo de Cabo Verde e a APIA, que prevê o alargamento dos financiamentos previstos na linha de crédito para apoio às importações cabo-verdianas a produtos e serviços de empresas dos Açores, “como mais um exemplo desse trabalho de criar condições instrumentais para permitir alcançar esse objectivo de reforço das trocas comerciais com Cabo Verde”.

Durante a sua intervenção, o Secretário Regional da Economia salientou ainda o crescimento verificado no sector exportador regional desde 2008, que cresceu de 46,6 milhões de euros para cerca de 75 milhões de euros, sendo que este crescimento foi impulsionado por produtos do sector da alimentação e bebidas, que registou um crescimento de cerca de 30 milhões de euros.

Este crescimento, que decorreu “em anos de maior turbulência económica” é ainda mais significativo porque demonstra que ele tem sido conseguido “em diversidade de produtos e em mercados”, salientou.

Para Vasco Cordeiro, a intensificação das trocas comerciais com Cabo Verde, além de estratégica, “surge facilitada em virtude das nossas semelhanças com esse mercado, do saber fazer dos nossos empresários, mas também da vontade e do trabalho que as autoridades de cabo-verdianas estão a desenvolver para acolherem investimento externo”.

Assim, sectores como “a construção civil e obras públicas, gestão ambiental, turismo, entre outros, constituem “uma janela de novas oportunidades para as empresas açorianas uma vez que os produtos tradicionalmente exportados pelos Açores “são complementares aos que Cabo Verde importa".


GaCS

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