O Secretário Regional da Educação e Cultura admitiu que o Palácio Bettencourt, em Angra do Heroísmo, onde funciona há várias décadas a Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, possa vir a ser musealizado com a transferência “em breve” desta biblioteca para as novas instalações.
"O projeto terá de ser ainda devidamente pensado e planeado", salientou Avelino Meneses, que falava sexta-feira aos jornalistas, no final da cerimónia de doação do arquivo de Cândido Pamplona Forjaz à Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro.
“Este é um edifício com história na cidade de Angra, que viu nascer o Museu, durante décadas albergou a Biblioteca Pública e Arquivo Regional e para o qual nós [Governo] queremos um futuro e uma ocupação com dignidade”, frisou.
Para o titular da pasta da Cultura, a opção para este edifício localizado no centro da cidade pode passar pela sua musealização, “utilizando, por exemplo, as existências de porcelanas, mobiliário e pinturas do Museu de Angra do Heroísmo ou, eventualmente, de outros colecionadores”.
Com este projeto, será possível fazer “deste belo palácio do século XVIII, uma casa musealizada que contribuirá para contar uma parte da história de Angra do Heroísmo, da Terceira e dos Açores”, acrescentou.
O Palácio Bettencourt deverá acolher, antes da concretização do projeto agora anunciado, parte dos serviços da Secretaria Regional da Educação e Cultura, a funcionar no edifício dos Paços da Junta Geral, que será sujeito a obras de beneficiação e requalificação, adiantou Avelino Meneses.
O Secretário Regional realçou, por outro lado, a importância da doação pela família do espólio de Cândido Pamplona Forjaz que, “no século passado, na Terceira e no arquipélago dos Açores, foi uma figura de proa da política e da intelectualidade”.
Avelino Meneses manifestou ainda “esperança” que “esta atitude da família Forjaz possa, eventualmente, ser repetida por outras famílias da Terceira e das demais ilhas” que conservam arquivos “demasiado importantes para a construção da nossa história coletiva”.
O lugar certo destes acervos, afirmou Avelino Meneses, é “ao abrigo de um arquivo e não propriamente nas nossas casas particulares”.
O acervo documental agora reunido, com mais de meia centena de caixas de arquivo, de considerável significado intelectual e patrimonial, cobre a vida ativa, entre a década de 30 e a década de 80 do século XX, de Cândido de Menezes Pamplona Forjaz de Lacerda, que foi professor e reitor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, deputado à Assembleia Nacional, presidente da Junta Geral do Distrito, Governador Civil de Angra do Heroísmo, diretor do Diário Insular e Presidente da Junta Autónoma dos Portos de Angra do Heroísmo, além de jornalista, escritor e palestrante.
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GaCS
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