terça-feira, 12 de abril de 2016

Educação carece da cooperação de todos, afirma Avelino Meneses

O Secretário Regional da Educação e Cultura defendeu hoje, na Horta, que a educação “carece da cooperação de todos” e, por isso, lamentou que as oposições “desvalorizem o potencial de construção do futuro e valorizem o acerto de contas com o passado”.

Avelino Meneses, que falava na Assembleia Legislativa durante uma interpelação ao Governo sobre o setor da educação, defendeu a necessidade de colocar, tendo em conta o futuro do país e da Região, o sistema educativo “a coberto das investidas das ideologias coletivas, dos preconceitos e das quezílias pessoais, inclusivamente à margem da alternância política”.

“Importa que as mudanças estruturais do sistema educativo ocorram a espaços mais latos, porque o tempo pedagógico é substancialmente mais longo do que o tempo político”, frisou.

Para o Secretário Regional, os estudantes “são a única prioridade, por serem o centro do sistema educativo, por serem a razão de todo o resto”, mas salientou que “o Governo não pode fazer tudo sozinho”, considerando que os professores “são os principais parceiros” do Executivo, a que se aliam as famílias, que têm um “papel insubstituível” na educação dos filhos.

“Se os estudantes são o centro do sistema educativo, há que levantar tenaz oposição aos obstáculos que impedem a sua progressão, ao insucesso escolar que é a nossa principal contrariedade”, isto quando “a tradição veicula a ideia de que o insucesso escolar é um indicador de rigor e de transparência do sistema”, afirmou.

Avelino Meneses frisou que “não há lugar à resignação” perante o insucesso escolar, acrescentando que foi nessa medida que a Região investiu na preparação de um plano integrado de promoção do sucesso escolar, denominado ProSucesso – Açores pela Educação, que constitui “o mais importante desafio para o futuro das ilhas”.

“O objetivo do ProSucesso é simplesmente que todos os alunos obtenham sucesso escolar. O objetivo do ProSucesso passa também pelo cumprimento das metas da Estratégia 2020, ainda demasiado exigentes para os Açores, que obrigam ao decréscimo do abandono escolar precoce, que obrigam à contenção do insucesso escolar”, salientou o Secretário Regional.

Para o titular da pasta da Educação, “mais do que uma intenção, o ProSucesso é uma prática”, cujos resultados “necessariamente” terão lugar “a prazo”, mas de um modo “certamente consistente”, realçando o foco colocado na qualidade das aprendizagens dos alunos, com o lançamento de novos projetos de acompanhamento, na formação dos professores, através da disponibilização de mais meios e melhor formação, e na mobilização da comunidade educativa e dos parceiros sociais.

“O êxito do ProSucesso depende da disponibilização de meios e ei-los, primeiro mais gente, este ano letivo 2015/2016 ficará indelevelmente marcado pelo decréscimo do número de estudantes, em cerca de mil, condizente com a evolução da demografia, mas inversamente um acréscimo do número de professores, mais 266, a reforçar aquilo que é essencial, o pré-escolar, o primeiro ciclo, a educação especial e as disciplinas estruturantes do Português e da Matemática”, acrescentou.

Avelino Meneses salientou que parece que “tudo vai mal no mundo da educação”, a acreditar na “análise singela de uns tantos indicadores, de uns tantos exames nacionais, à pressa travestidos em rankings de escolas”, que considerou serem um modelo “incompleto, simplista de avaliação das escolas”.

De acordo com o Secretário Regional da Educação e Cultura, existem “progressos” nos Açores, destacando que o abandono escolar precoce caiu de mais de 60% em 1998 para menos de metade, cerca de 29%, em 2015, que o abandono escolar e a correlativa taxa de desistência “são nulos no 1.º e no 2.º ciclos e residuais no 3.º ciclo e no Secundário”.

O aumento de 15% de alunos matriculados no ensino profissional, em 1996, para 42% em 2015, números que “se assemelham à restante Europa desenvolvida”, assim como a “nítida” queda da retenção em todos os ciclos, bem como o investimento realizado em infraestruturas por todas as ilhas foram também realçados por Avelino Meneses.

Para o Secretário Regional, “só a miopia política” impede a perceção desta realidade, salientando ainda a necessidade de transformar a educação “numa inequívoca prioridade”.

Anexos:
2016.04.12-SREC-ALRAA.mp3

GaCS

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