quarta-feira, 13 de abril de 2016

Intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes

Texto integral da intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, proferida hoje na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta:

“No passado dia 30 de março apresentámos, em sessão pública, o Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores.

É sobre ele que vos quero hoje falar.

Este Plano resulta de uma cuidada e elaborada ação conjunta de todas as entidades que aceitaram o nosso convite para participar na sua elaboração.

Estamos assim perante um documento que não é um plano do Governo, mas sim um plano de todos e para todos, assumindo-se a partir de agora como o principal documento orientador do setor para os próximos anos.

Este é um plano que, no fundo, assume uma importância acrescida para dar resposta aos novos desafios que se colocam ao turismo nos Açores, setor que, durante esta legislatura, sofreu alterações fundamentais que permitiram retomar o caminho de crescimento sustentado que se verificou nos últimos tempos, nomeadamente o crescimento a dois dígitos que se verifica desde novembro de 2014.

Tais mudanças, que fomos fomentando, prevendo, incentivando e apoiando, enquanto outros se limitavam a criticar, obrigam, agora, a perspetivar o futuro, a definir o caminho a seguir, no sentido de reforçar, cada vez mais, o peso deste setor na criação de riqueza e de emprego na nossa Região.

Foi esta a premissa que esteve na base da elaboração deste Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores.

Este é um plano que traduz a nossa inquietude, o nosso inconformismo e a nossa ambição de procurarmos permanentemente fazer mais e melhor.

Este plano tem como objetivo central a definição de um conjunto de estratégias com vista ao alcance de três grandes resultados:

- a qualificação e desenvolvimento sustentável do turismo,

- a preservação do meio ambiente,

- e o desenvolvimento do turismo como ferramenta de dinamização da economia regional em todas as nossas ilhas.

Entendemos que devíamos definir prioridades que conduzissem à organização dos produtos turísticos e à tomada de decisão ao nível da abordagem aos mercados, à alocação dos recursos e às escolhas dos canais de distribuição mais adequados.

Queremos continuar a desenvolver a atratividade do destino, diversificando a nossa oferta numa atitude de complementaridade entre as ilhas, com produtos diversificados e de acordo com cada um dos mercados-alvo.

Por outro lado, queremos qualificar a oferta, em parceria com os operadores locais, não só ao nível das infraestruturas atuais e a desenvolver, como também ao nível da sensibilização da população para o turismo, capacitando os recursos humanos e, de forma transversal, criando e implementando o conceito de serviço dos Açores.

Para isso, vamos implementar um Programa Regional de Educação para o Turismo, cujo público-alvo serão as crianças, os jovens e os profissionais dos Açores.

A nossa visão do turismo na Região relaciona e articula o território e o ambiente com a história e a cultura, elementos aos quais adicionamos os profissionais e a sociedade em geral, que se encontram a montante da cadeia de valor do turismo açoriano.

Esta cadeia, por sua vez, vai articular a oferta com a procura, de modo a oferecer uma experiência única, ao mesmo tempo que colhe os benefícios em termos de resultados e da melhoria da qualidade de vida dos Açorianos.

Para além disso, preconiza-se uma forte interação com a Diáspora, com a comunidade internacional, nomeadamente ao nível dos organismos que atuam comercial e institucionalmente no turismo, bem como com órgãos de comunicação social de referência mundial no turismo e na sociedade.

Para que este novo plano seja consequente e permita aos Açores e aos Açorianos retirar todos os dividendos que a atividade turística pode oferecer a uma Região como a nossa, é fundamental que o Governo e os órgãos da administração pública trabalhem afincadamente na constante qualificação do destino.

É também necessário que as entidades públicas e privadas, em parceria, promovam os Açores e o que nos distingue e torna únicos, e que tudo isto seja conduzido de forma responsável, preservando, no presente e para o futuro, a riqueza natural e edificada das nossas ilhas.

Precisamos de continuar a centralizar o esforço de marketing, tendo em vista a captação de mercados de alto valor, ambientalmente conscientes, que desejem circular por várias ilhas, que viajem na época baixa, que gastem no destino, que usufruam de muitas atividades e que tenham tendência para voltar.

Queremos continuar a desenvolver parcerias com os vários intervenientes no setor, nomeadamente operadores turísticos, empresários, aeroportos, companhias aéreas e marítimas, no sentido de se maximizarem os esforços de marketing para que se obtenham os melhores resultados para o destino, ao mesmo tempo que trabalharemos com os canais de distribuição adequados para que os mercados-alvo sejam devidamente alcançados.

Em suma, queremos que os Açores se tornem, cada vez mais, um destino reconhecido internacionalmente como de ilhas vulcânicas preservadas e de natureza exuberante.

Um destino exclusivo, de beleza mística, onde o visitante é recebido como um convidado especial que, em segurança, tem ao seu dispor uma variedade de atividades de terra e mar que o vão deixar encantado e com vontade de regressar.

Definida a visão para o turismo dos Açores, passamos à estratégia, cujos objetivos assentam:

- no enriquecimento da qualidade da experiência turística do visitante,

- na contribuição para a preservação e conservação dos espaços naturais e culturais,

- no desenvolvimento económico da Região e na melhoria do desempenho das atividades do turismo.

Com o trabalho já desenvolvido e com a sua implementação, pretendemos dotar o turismo dos Açores de uma política de desenvolvimento positiva e sustentável, dando assim um contributo importante para a tomada de decisão dos atores e investidores do turismo, para que, melhor informados, possam conduzir a sua atividade de forma lucrativa e útil para os Açores e para os Açorianos.

Este é, sem dúvida alguma, o trabalho mais abrangente alguma vez efetuado ao nível do turismo no nosso arquipélago.

Contámos com ampla participação de todos, desde logo, da população açoriana, das entidades públicas e privadas, dos turistas, dos potenciais turistas e dos operadores nacionais e internacionais.

O Plano Estratégico e de Marketing do Turismo dos Açores é um documento fundamental, que deve assumir um caráter transversal a toda a sociedade.

As ações nele planeadas para a sua boa execução permitirão o desenvolvimento equilibrado, mas dinâmico, do turismo nos Açores.

Iremos acompanhar o seu sucesso através da monitorização dos indicadores de performance do turismo.

Se, por um lado, esperamos o aumento dos fluxos turísticos, não podemos ignorar a importância de fazer crescer a rentabilidade e a sustentabilidade dos negócios turísticos ao longo de todo o ano.

Embora quem nos visita sejam, regra geral, turistas ambientalmente responsáveis, este plano prevê a monitorização do impacto do turismo no ambiente e nos recursos naturais, de forma a atingirmos o objetivo maior de sermos um destino sustentável, único na oferta turística mundial.

O turismo nos Açores só será bom se for, efetivamente, bom para quem cá vive, cabendo a cada um de nós transformar este setor num instrumento determinante para que todos possamos viver melhor na nossa terra.

É por isso que, depois do convite para participar na elaboração deste plano, faço agora o convite para que todos se juntem a nós para por em marcha a sua implementação.

Só assim acredito ser possível continuar a fazer crescer esta nova fase de desenvolvimento no turismo dos Açores.

Somos todos nós os atores principais desta ação.

Tudo faremos para que ninguém fique para trás.

Enquanto o turismo é considerado responsável por cerca de 10 por cento da economia mundial, nos Açores o seu peso no PIB ainda está à volta dos quatro por cento.

Temos, pois, uma grande margem de crescimento, a qual só deve aumentar a nossa responsabilidade quanto à definição de um caminho a seguir que crie sustentabilidade a um setor fundamental para a diversificação económica da Região.

Termino com uma mensagem muito clara que gostaria aqui de transmitir: não nos deixemos iludir pelas estatísticas favoráveis, nem pela ilusão de que agora, depois dos constrangimentos recentemente verificados, estamos num caminho de facilidades.

Novos desafios estão, naturalmente, à nossa frente e o Governo dos Açores está empenhado em reforçar esta parceria com todas as entidades privadas que trabalham direta e indiretamente neste setor.

Só assim será possível construir um destino que não seja apenas mais uma moda, assumindo-se, antes e cada vez mais, como um forte contribuinte para o desenvolvimento e para o progresso económico e social da nossa Região.

Diz o ditado popular, que todos conhecemos, que “a união faz a força”.

Unamo-nos pois neste desígnio: fazer dos Açores o melhor lugar para que todos se sintam vivos e felizes.

Muito obrigado!”

Anexos:
http://www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/2EC231C7-7EBB-44D8-B55F-8EB523C07D38/956676/20160413SRTTPEM.mp3

GaCS

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