sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sanjoaninas são as maiores festas profanas dos Açores


Durante dez dias e dez noites a festa toma conta das ruas, avenidas e praças da mais festiva das cidades açorianas. A animação promete ser grande.

Com uma das melhores feiras taurinas do País, um cartaz musical de luxo e um grande investimento no embelezamento e cortejos únicos, as Sanjoaninas 2009, arrancam hoje, sexta-feira, dia 19 de Junho, em Angra do Heroísmo.
Com um orçamento de 1,5 milhões de euros, durante dez dias, milhares de terceirenses e forasteiros vão ter acesso ao que de melhor se apresenta na Terceira e nos Açores. “As Sanjoaninas atingiram uma dimensão nacional e internacional, mas de grande implementação local, existindo uma pressão positiva para que a qualidade se mantenha”, diz Miguel Costa, presidente da comissão das festas. Estas são as festas concelhias de Angra do Heroísmo, por isso a comissão organizadora recebeu um grande apoio da autarquia, o que significa “um verdadeiro investimento na promoção turística e cultural da cidade, e com um retorno que ultrapassa o tangível”.
“Tendo por base toda a grave situação económica que o planeta atravessa - sustenta Miguel Costa - optou-se por um tema que transmitisse energia e esperança às pessoas, e que melhor para simbolizar isso mesmo do que a Festa do Sol”.
Façamos, então, uma viagem guiada com o nosso interlocutor pelos principais momentos da edição deste ano das maiores festas profanas dos Açores: o cortejo de abertura, um dos pontos-chave das Sanjoaninas, é composto por cinco carros, com a direcção artística de Luís Pedro Ribeiro.
O primeiro carro intitula-se “Noite e Dia”, com a referência ao Sol como controlador das nossas vidas: de noite o descanso, de dia o trabalho; o escuro e o luminoso. O segundo e terceiro carro simbolizam os dois solstícios (Verão e Inverno), com as estações da Primavera e Verão, em todo o seu calor e energia, e o Outono e o Inverno passando uma sensação de chuva, nevoeiro e vento. O quarto carro, “Horas e Zodíaco”, representa o simbolismo que o Sol tem na nossa vida, regulando o dia-a-dia e o destino. O quinto e último carro, que transportará a rainha (Mónica Seidi), é uma pura homenagem ao Sol, em todo o seu esplendor, calor e dinamismo. A cada carro estão associados um ou dois grupos de figurantes, cada um com coreografias específicas, muito dinâmicas e ainda algumas surpresas, num total de 200 elementos.
As Sanjoaninas obedecem a vários aspectos, como é o caso da data, pois o S. João festeja-se a 24 de Junho, tendo os dias da festa que se realizar em torno disso. Outra condicionante é a geográfica ou arquitectónica: “Foi nossa opção centrar as festas na rua da Sé - a principal artéria da cidade - ligando a Praça Velha ao Alto das Covas, e causando a circulação pelos outros pontos dos festejos: Bailão, Pátio da Alfândega e Prior do Crato”, diz Miguel Costa.
O conceito das festas, contudo, mantém-se, com pequenas alterações de ano para ano, mas sempre inserido numa cidade que tem um rico emaranhado de ruas, e vários pontos com animação, palcos musicais e gastronomia. “O regresso dos concertos ao Cerrado do Bailão foi uma tentativa de voltar a centrar o movimento no centro da cidade, intercalado com os outros quatro palcos distribuídos pela cidade”, explica o principal responsável da comissão organizadora.

A sombra da crise económica

A actual situação de crise económica generalizada fez-se sentir, também, de duas maneiras muito distintas nas Sanjoaninas 2009: a retracção por parte dos patrocinadores e o cuidado a ter com quem visita Angra do Heroísmo. “Desde o início dos trabalhos, logo em Julho de 2008 - salienta Miguel Costa - apercebemo-nos que alguns patrocinadores teriam problemas em manter o apoio de outras edições, principalmente as grandes empresas de cariz nacional. A nível local tivemos um apoio que se manteve, embora mais direccionado para a disponibilização em géneros e descontos do que propriamente em dinheiro.
Felizmente as pequenas e médias empresas locais mantiveram, quase todas, o seu habitual apoio, quer por de facto perceberem a importância económica que as Sanjoaninas têm para a ilha, quer por uma questão de tradição e vontade de colaboração com as festas”.


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