O Presidente do Governo dos Açores disse ontem à noite, na Figueira da Foz, que “há uma tentação muito grande de circunscrever o país a Lisboa.”
Falando no decorrer de uma entrevista conduzida pela jornalista Fátima Campos Ferreira e integrada no ciclo de tertúlias intitulado “Conversas do Casino”, Carlos César precisou que a sua convicção assenta na história do que tem sido “o Portugal do centro e o Portugal das periferias”, da qual, aliás, resultaram os anseios autonomistas açorianos há já mais de um século.
Para o governante “é importante sedimentar, na estrutura institucional portuguesa, a dimensão regional do estado português”, pois, como sublinhou, “a factura autonómica é a factura da unidade nacional.”
As questões ligadas ao regime autonómico dos Açores foram, de resto, o principal tema do serão, durante o qual – e ao longo de mais de duas horas – Carlos César respondeu a perguntas colocadas pela entrevistadora, bem como por muitos dos cerca de cem participantes na tertúlia, entre açorianos radicados no continente e figueirenses habitualmente frequentadores do ciclo promovido pelo Casino da Figueira.
O Presidente do Governo dos Açores teve a oportunidade de explicar os fundamentos de políticas regionais açorianas no âmbito do apoio social, da saúde, da educação, da indústria, do comércio, da agricultura e do turismo, entre outros sectores, bem como de situar os Açores no contexto do país e das dificuldades que atravessa, e no âmbito da sua posição geo-estratégica e da importância do seu papel nas relações transatlânticas.
Carlos César, falando especificamente da situação política nacional, defendeu que a actual conjuntura aponta para a imperiosa necessidade de se evitarem crises como a que seria provocada por uma eventual queda do Governo da República, e criticou o PSD por “estar com um pé fora e outro dentro”, ou seja, tanto diz que não pretende provocar a queda do executivo como, logo a seguir, ameaça com essa mesma queda.
GaCS/CT
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