A Câmara Municipal do Nordeste (São Miguel), lança hoje a primeira pedra para a construção de uma unidade de tratamento de resíduos urbanos com vermicompostagem, orçada em 2,3 milhões de euros, revelou o presidente da autarquia.
José Carlos Carreiro adiantou à agência Lusa que o fertilizante resultante da compostagem dos resíduos, que "tem demonstrado ser mais rico e melhor que os fertilizantes químicos", vai ser usado na adubação dos parques e jardins municipais".
Esta solução permite, segundo a autarquia, reciclar 80 por cento dos resíduos urbanos indiferenciados graças à acção das minhocas que digerem toda a matéria orgânica, transformando-a em húmus, reciclando plásticos, vidros e metais que ficam limpos após a sua acção.
Por outro lado "vão ser desenvolvidos testes sobre a sua capacidade em diferentes tipos de solos" o que poderá, posteriormente, "permitir a sua disponibilização a privados", explicou o autarca.
A nova unidade, que é financiada pela União Europeia em 85 por cento e vai substituir as funções do aterro sanitário, tem uma capacidade de laboração de cerca de 2.500 toneladas por ano correspondente a uma população de 5.500 habitantes.
José Carlos Carreiro classificou ainda como "muito importante" o facto de irem ser retirados "da actual célula do aterro sanitário muitos dos resíduos para compostagem".
Assim, "o aterro sanitário deixa de fazer sentido na sua utilização tradicional" porque "são exportados os restantes resíduos como o vidro e o plástico", disse o presidente da autarquia.
"Vamos ser o primeiro município a tratar praticamente a cem por cento a totalidade dos resíduos produzidos no concelho" garantiu José Carlos Carreiro.
As vantagens, segundo o autarca, traduzem-se numa menor agressão aos solos e a uma redução dos custos do tratamento dos resíduos que serão baixos relativamente a outras tecnologias existentes no mercado.
Por seu turno o director regional do Ordenamento do Território e Recursos Hídricos, João Luís Gaspar, realçou a "validade desta técnica, na defesa do ambiente, anteriormente apenas utilizada no sector agrícola, e agora extensível ao tratamento de lamas e resíduos industriais".
Esta é a primeira unidade do género no arquipélago e a terceira a nível mundial depois da entrada em funcionamento das unidades de Famalicão e Beja em Portugal.
A nova unidade fica localizada em São Pedro do Nordestino e ficará dotada, para além da central, de uma zona com edifícios administrativos e um auditório para alunos e visitantes que queiram acompanhar todo o processo de reciclagem através do uso das novas tecnologias.
Fonte: DN
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