Os custos do Serviço Regional de Saúde com a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) vão diminuir face ao aumento da resposta nas unidades de saúde da Região, para o cumprimento da lei em vigor.
Até agora, apenas o hospital da Horta realizava este acto clínico. Nos restantes hospitais da Região, os médicos invocaram objecção de consciência, tal como a lei permite.
Deste modo, algumas mulheres tiveram de ser encaminhadas para clínicas privadas no continente, dado que o serviço público nacional também esgotou as capacidades da sua realização, tendo em conta que se trata de uma situação inadiável, ou seja que tem de se realizar dentro dos prazos estabelecidos.
Assim, desde 2007, data em que a lei entrou em vigor, até Maio de 2011, deslocaram-se a Lisboa 372 mulheres, o que representou um custo estimado de 100 mil euros por ano, incluindo os actos clínicos, passagens e estadia.
Esta situação vai agora alterar-se dado que, desde Abril deste ano, além do hospital da Horta, o hospital de Ponta Delgada, passou também a efectuar a Interrupção Voluntária da Gravidez, o que permitirá diminuir os custos suportados pela Região e encaminhar essa poupança para outras necessidades. Em Abril e Maio, deste ano, foram já realizadas no hospital de Ponta Delgada, 14 IVG. Segundo informação médica, a maioria das mulheres coloca um implante contraceptivo para evitar repetições.
Em 2009 realizaram-se no conjunto do país, 19.848 Interrupções Voluntárias da Gravidez, enquanto o número de açorianas que fizeram IVG foi de 264, ou seja 0,8 %, menos de metade da média nacional, (a Região tem 2,3% da população do país). Em 2010, no todo país foram feitas 19.436 IVG enquanto o número referente a mulheres residentes nos Açores foi de 178, ou seja 0,9%.
O reduzido número de mulheres residentes na Região que recorre à Interrupção Voluntária da Gravidez não é suficiente, porventura, para justificar um investimento privado nos Açores, nesta área.
GaCS/RC
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