sexta-feira, 19 de julho de 2013

Intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes

Texto integral da intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, proferida hoje, em Ponta Delgada, na sessão de abertura da Reunião para a Estratégia Especialização Inteligente na Região Autónoma dos Açores:

“Iniciamos hoje um novo trabalho que esperamos que venha a confirmar a nossa expetativa, que é a de nos levar à definição da especialização inteligente para os Açores.

Somos confrontados com enormes desafios diários.

Se por um lado, temos o desafio de resistir e ultrapassar os efeitos de uma conjuntura nacional e internacional adversa, tentando a todo o custo, reduzir o seu impacto - aqui não deixamos ninguém para trás - por outro lado temos o desafio de conceber e implementar os alicerces para a construção de um melhor futuro, apoiados que estamos nos nossos recursos e acompanhados pelas pessoas que todos os dias, também, dão o seu melhor para fazer dos Açores o melhor lugar para se viver.

Desistir ou mesmo baixar os braços é algo que não faz parte do nosso dicionário.

Queremos sempre mais e melhor.

Não basta sermos bons, queremos ser os melhores naquilo que fazemos.

Queremos continuar a trilhar um caminho rumo à excelência.

Por isso queremos ter cada vez mais formação para os nossos jovens. Queremos diminuir os custos de contexto das nossas empresas; Queremos mais inovação e criatividade nos nossos produtos regionais, quer na sua produção, promoção e comercialização; Queremos criar mais valor acrescentado no que vendemos aos nossos turistas;
Queremos criar condições para surgirem mais produtos exportáveis, nas novas indústrias e nas tradicionais; Contamos com o empenho e determinação de todos, dos jovens e menos jovens, dos empresários e dos seus colaboradores, do poder regional e local, para transformar todos os dias o nosso conhecimento em mais vontade, mais rigor, mais audácia e sobretudo mais qualidade.

A necessidade de estabelecermos uma “estratégia de especialização inteligente” é assim um momento chave para atingirmos estes objetivos.

Esse conceito muito baseado nos ditames europeus irá fazer com que os Açores desenvolvam um trabalho de análise e contextualização da sua realidade, visando a melhoria da nossa competitividade e, por essa via, um aumento do valor acrescentado dos nossos produtos, desde os mais tradicionais aos mais atuais.

Sendo a especialização inteligente uma abordagem estratégica para o desenvolvimento económico, consubstanciada e materializada através do apoio seletivo às atividades de investigação e de inovação, a abordagem a fazer, nesse âmbito, tem por base os objetivos da estratégia Europa 2020.

Esses objetivos abrem um vasto leque de enquadramento das nossas prioridades no potencial de desenvolvimento endógeno dos Açores, recorrendo à mobilização de todas as partes interessadas e de todos os recursos, em torno de uma visão futura, orientada para o acréscimo da competitividade.

Peço por isso o vosso empenho nesta visão futurista que queremos continuar a construir nos Açores.

De uma forma geral, os Açores têm avançado significativamente na sua integração global.

Tudo isto tem sido possível, porque temos acreditado e continuaremos a acreditar na nossa Juventude, que está mais qualificada do que nunca, inserindo-se, atualmente, num ecossistema favorável à inovação e competindo diretamente no mercado global.

Acredito por isso que da união entre o Governo e os Jovens, as empresas, a Universidade e toda a sociedade açoriana, resultará o sucesso que merecemos e alcançaremos.

A quádrupla hélice, tal como protagonizada no programa do Governo, é a ligação permanente e eficiente entre as partes: Governo, empresas, universidade e sociedade.

Esta é a chave da ignição para a definição estratégica agora em curso.

Por esse motivo esta estratégia de especialização inteligente será o momento para definirmos o caminho a seguir na componente da investigação e desenvolvimento nos Açores.

Apela-nos a palavra “inteligente”.

Precisamos, pois, de continuar a trilhar um caminho “inteligente”, ele próprio, separando o “trigo do joio” e buscando o melhor do que há em nós para sermos diferentes, entre os demais e potenciarmos o nosso valor competitivo.

Só isso nos permitirá ser apelativos no mundo global em que vivemos e diferentes entre o muito que há de igual por este mundo fora.

Entre todos os desafios, temos de avaliar bem o recurso às tecnologias para retirar daí o melhor de uma ferramenta que consideramos ser fundamental para um desenvolvimento sustentável.

Nesse âmbito queremos criar mais valor para o Turismo, as Agroindústrias e o Mar.

É por isso que estou hoje em condições de assumir que o Governo dos Açores irá desenvolver, em paralelo, com esta definição estratégica, uma Agenda Digital e Tecnológica.

Este instrumento deverá criar os meios necessários para conseguirmos captar mais investimento de base tecnológica para os Açores e os seus pressupostos são os de ser um instrumento de orientação estratégica que potencie o relacionamento com eventuais investidores.

Prevemos lançá-la no próximo mês de Setembro.

Queremos que esta Agenda nos permita prever as condições para inovar e criar novos produtos de valor acrescentado, tendo por base a utilização intensiva de tecnologia, alargando a nossa base produtiva; agilizando a administração pública ou ainda majorando a inovação e utilização de tecnologia avançada nos sistemas de incentivos.

Como Região Ultraperiférica, precisamos, mais do que nunca e do que ninguém, de nos especializar e continuar a demonstrar como somos uma mais-valia no mundo;

Precisamos de desenvolver a nossa visão estratégica e fazer as escolhas corretas, enfim sermos o que hoje já vamos sendo:

Ou seja, uma Região Ultraperiférica, sim, mas uma Região que acrescenta dimensão atlântica à Europa onde nos inserimos;

Uma região que tem produtos de excelência, que tem condições turísticas ímpares em todas as ilhas e que começa e acaba no mar que nunca se esgota.

Com o Mar à porta e o céu como limite, estamos convictos que podemos fazer dos Açores um local de referência nas novas indústrias tecnológicas.”



GaCS

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