O Presidente do Governo dos Açores manifestou satisfação com a evolução positiva que tem sido registada no setor do Turismo, mas alertou que ainda há muito trabalho pela frente, que “exige a concertação, o empenho e o trabalho de todos” para se atingirem os objetivos pretendidos.
“É inegável que, após vários anos em que um conjunto de indicadores foi negativo, em 2013, o Turismo demonstrou uma clara recuperação em número de hóspedes e em número de dormidas”, afirmou Vasco Cordeiro, recordando os dados positivos registados em indicadores como o número total de dormidas, o mercado estrangeiro, os proveitos por aposento e totais ou o aumento da estada média dos turistas.
Para o Presidente do Governo, que falava segunda-feira na inauguração das obras de remodelação do Terra Nostra Garden Hotel, na freguesia das Furnas, “estes resultados marcam o começo dos efeitos da aplicação persistente e determinada de uma estratégia que visou obviar alguns dos constrangimentos de que padecia o setor turístico”, frisando que o objetivo é dotar este setor de condições que permitam “um caminho de crescimento e consolidação”.
Na inauguração das obras de remodelação apoiadas pelo Governo dos Açores, no âmbito do Sistema de Incentivos ao Desenvolvimento Regional (SIDER), Vasco Cordeiro defendeu, no entanto, que, apesar dos resultados positivos, é preciso fazer ainda melhor, recordando que os números obtidos em 2013 ainda não estão ao nível do melhor ano do turismo açoriano.
A notoriedade do destino e o seu reposicionamento estratégico em alguns mercados são, para o Presidente do Executivo, desafios de “primeira grandeza”, salientando a necessidade de afirmar os Açores como um destino de turismo ativo e de reforçar os mecanismos de captação de um turista “com poder de compra forte, qualificado e desperto para a mais-valia de um Turismo ativo de natureza”.
Nesta aposta no setor, Vasco Cordeiro frisou também a importância do desafio da qualidade, defendendo que a “tentação” de sacrificar alguns aspetos para garantir um preço competitivo não é o caminho correto.
“Não podemos, nem devemos, alicerçar uma estratégia de desenvolvimento do nosso setor turístico que radique na capacidade de sermos, exclusivamente, um destino turístico mais barato do que outros com os quais competimos”, alertou, destacando a “necessidade de assumir ruturas com práticas comerciais e de serviço que estão, ou poderão estar, enraizadas”.
Relativamente aos mercados emissores, o Presidente do Governo considerou ser importante consolidar a posição dos Açores, reforçando a notoriedade do destino, não esquecendo, no entanto, a exploração de novos mercados.
Na sua intervenção, Vasco Cordeiro manifestou a esperança de que possam ser rapidamente aprovadas as novas Obrigações de Serviço Público de Transporte Aéreo, apresentadas ao Governo da República há cerca de dois anos, mas frisou ser “simplista e redutora” a visão de que a questão das acessibilidades aéreas ao arquipélago é a principal ou mesmo a única causa dos constrangimentos verificados no turismo açoriano nos últimos anos.
“Alcandorarmos as acessibilidades aéreas a varinha mágica para a resolução dos desafios com que o Turismo dos Açores se vê confrontado nos dias de hoje, é um mau serviço que se presta a esse setor, porque é uma afirmação que engana quem a ouve, para além de revelar o engano em que labora quem a profere”, afirmou.
O Presidente do Governo, que também alertou para a importância do aproveitamento das verbas do próximo Quadro Comunitário de Apoio, defendeu que “é no equilíbrio entre a satisfação das necessidades a curto prazo e a construção de alicerces sólidos para o futuro do Turismo dos Açores que devemos trabalhar”.
Vasco Cordeiro salientou, no entanto, que esta não é uma tarefa apenas do Governo, nem uma tarefa apenas dos privados.
“É por isso que digo que, se cada um fizer bem a sua parte, todos ficaremos a ganhar. O mesmo é dizer que são os Açores que ganham”, concluiu.
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GaCS
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