quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Plano para a recuperação das populações de coelho bravo debatido com associações de caçadores

A Diretora Regional dos Recursos Florestais destacou hoje, em Ponta Delgada, a importância da auscultação e do envolvimento das associações representativas dos caçadores e agricultores para o sucesso do plano proposto pelo Governo dos Açores para a monitorização e controlo da densidade das populações de coelho-bravo, tendo em vista a sua recuperação sustentável após o surto de Doença Hemorrágica Viral (DHV2).

“O plano prevê o desenvolvimento de medidas de ação que passam pela monitorização das populações através da realização de censos mensais, deteção e recolha de cadáveres para pesquisa, recolha de amostras de animais abatidos durante a caça e, ainda, recolha de informação junto dos caçadores que permita avaliar a atual capacidade de gestão da espécie”, afirmou Anabela Isidoro.

A Diretora Regional, que falava à margem de uma reunião promovida com o Conselho Cinegético de Ilha de S. Miguel e com associações direta e indiretamente envolvidas na atividade cinegética, desde caçadores a representantes dos agricultores, frisou que importa “avaliar o estado das populações de coelho-bravo”, por forma a tomar decisões sustentadas sobre o atual e futuro esforço de caça para esta espécie.

Nesta reunião foi analisado o ponto de situação do efeito da DHV2 nas populações de coelho-bravo, tendo sido também discutida a apresentação das medidas em desenvolvimento para a monitorização do impacto da doença nas populações de coelho-bravo e a reapreciação do calendário venatório para a época em curso.

“Foram apresentados dados com a variação do índice de abundância do coelho-bravo para cada uma das ilhas onde esta espécie existe”, afirmou a Diretora Regional, adiantando que “estes dados permitiram perceber a forma como a população de coelho-bravo evoluiu após o surgimento da nova variante da DHV2”.

Nas ilhas de Santa Maria e das Flores, onde os índices de abundância se encontram em valores extremamente baixos, a Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente mantém a proibição da caça a esta espécie, afirmou Anabela Isidoro, acrescentando que “nas restantes ilhas, apesar de se verificar uma redução significativa dos níveis de abundância, continua a ser possível o exercício da caça, embora com algumas restrições que limitem a pressão de caça, de forma a permitir alguma recuperação das populações de coelho-bravo para níveis mais equilibrados”.

Analisados os dados atuais e o calendário venatório para a ilha de São Miguel, estabelecido em junho, e colocada a necessidade de reduzir a pressão de caça ao coelho-bravo nesta ilha, a Diretora Regional revelou que os parceiros cinegéticos “foram unânimes em propor retirar a utilização de arma de fogo dos processos de caça previstos para a corrente época venatória”.

Por outro lado, e considerando que o primeiro dia de caça ao coelho-bravo coincidirá em S. Miguel com o domingo das eleições legislativas nacionais, que foram posteriormente marcadas, foi proposto e aceite que o mesmo seja antecipado para o dia anterior, sábado, 3 de outubro.




GaCS

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