Francisco Louçã defendeu ontem o aumento do imposto sobre as grandes fortunas em prol da implementação de um sistema de Segurança Social mais justo para os portugueses. Louçã falava para os cerca de 150 militantes e simpatizantes do Bloco de Esquerda que marcaram presença no jantar comício que teve lugar na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.
"O BE combate a irresponsabilidade e as políticas económicas manhosas, que querem tirar aos mais pobres para dar aos mais ricos. Nenhuma reforma em Portugal devia ser menor do que o salário mínimo", disse o coordenador nacional do Bloco, apontando "uma política fiscal mais justa, que aumente o imposto sobre as grandes fortunas", como caminho a seguir.
Lembrando as inaugurações diárias de Sócrates, que deram origem a episódios como a distribuição de computadores Magalhães a crianças de Ponte de Lima, que, depois de os jornalistas saírem do local, foram de novo recolhidos, ou a recente inauguração do Hospital de Seia, cujas camas foram retiradas pelo fornecedor dois dias depois, Louçã frisou que, "contra a política do fingimento, o Bloco de Esquerda quer fazer a política da realidade e da responsabilidade".
A coordenadora regional do BE, Zuraida Soares, criticou as políticas de Sócrates, denunciando a precaridade laboral criada pelo código do trabalho, o ataque à dignidade dos professores, a padronização, por baixo, das escolas, e a privatização dos serviços públicos essenciais.
"Este estado de coisas não pode continuar. O País precisa de uma política de esquerda que seja fiel à esquerda", disse a candidata do BE.
Lembrando que os índices sociais e culturais da Região são os mais baixos do País, os ordenados do sector privado são em média 20% mais baixos do que no continente, e a inflação é sempre superior nos Açores, e alertando ainda para o recorde do desemprego, que pela primeira vez ultrapassou os 7% nos Açores, Zuraida Soares criticou também a actuação do Governo de Carlos César, que chegou a afirmar que "a crise não ia chegar aos Açores". "Nesta altura, o Bloco de Esquerda propôs medidas concretas de combate à crise e protecção aos mais desfavorecidos, que foram chumbadas pelo PS. Alguns meses passados, a triste realidade está aí".
"Todos sabemos que, na Região, tal como a nível nacional, o PSD não é alternativa política. No que é essencial, Berta Cabral defende o mesmo que Carlos César", salientou Zuraida Soares, garantindo que "o BE apresenta-se a estas eleições com uma mensagem de esperança e com um programa de Governo claro, com medidas e políticas que colocam a economia ao serviço do progresso do País e das pessoas, de combate às desigualdades sociais".
Fonte: Esquerda
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