sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Atlântida em testes de mar para servir a armador luso-canadiano


O ferry-boat Atlântida, encomendado e entretanto rejeitado pelo Governo Regional dos Açores aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), vai iniciar na próxima semana novos testes de mar no âmbito da negociação em curso com um armador interessado na sua aquisição, apurou o DN.

Estes testes incluem uma viagem do Atlântida desde a doca da empresa, onde se encontra parado desde Maio, até ao mar, tendo a bordo representantes do armador luso-canadiano BCF, interessado na sua aquisição. O avanço nesta negociação é tal que uma delegação do armador vai estar presente na empresa na segunda-feira para acompanhar estas provas de mar, em que pretendem ver o comportamento e funcionamento do ferry. Este armador, além da vontade em adquirir o Atlântida, também já admitiu a necessidade de, a concretizar-se o negócio, solicitar aos ENVC uma alteração na porta de ré, que foi concebida, inicialmente, para a acostagem nos Açores.

A empresa pública encara esta possibilidade de negócio como forte, tendo em conta que tudo poderá estar dependente da avaliação que será feito, em mar, ao navio, juntando-se esta proposta a outra, de um armador norueguês, igualmente tida como "muito credível" para os ENVC. A empresa pública de Viana procura sobretudo um negócio que, naturalmente, ficará abaixo dos 49,5 milhões de euros inicialmente previstos no negócio com os Açores, mas que poderá acabar com o arrastar de um processo que tem manchado a credibilidade da unidade.
Rejeitado por uma diferença de 1,5 nós na velocidade, o Atlântida está parado há meses, com elevados custos de manutenção a cargo dos ENVC. Numa altura em que a carteira de encomendas dos ENVC se baseia no reequipamento da Armada, os trabalhadores vêem com "muita apreensão" o futuro, tendo em conta a falta de novas encomendas, agravada pela crise internacional, e numa altura em que a imagem da empresa foi duramente abalada pelo episódio do ferry Atlântida, para os Açores.


Fonte: DN

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