Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo, Sérgio Ávila, proferida hoje, em Angra do Heroísmo, na sessão de apresentação da Plataforma Accelerate Azores:
“É com muita satisfação que apresentamos nesta sessão a Plataforma Accelerate Azores.
Trata-se, como terão a oportunidade de verificar, de um instrumento de dinamização da economia regional, já que o seu objetivo é o de congregar ideias de negócio e seus promotores, os centros de conhecimento e respetivos investigadores, e, ainda, os investidores que pretendam apostar nessas ideias de negócio promissoras e, com isso, possibilitar a sua concretização.
Em traços gerais, poder-se-ia dizer que a Plataforma Accelerate Azores se constitui numa forma simples, mas eficaz, de ultrapassar o problema que frequentemente se coloca quando se pretende conjugar os interesses de empreendedores, investigadores e investidores e estabelecer sinergias bem sucedidas.
De facto, através das três componentes que constituem a Plataforma Accelerate Azores, isto é, a do Crowdfunding, a do Networking e a do Banco de Ideias, será possível aos empreendedores, por via, por exemplo, do Crowdfunding, exporem as suas ideias, procurando pequenos investimentos e testando o potencial interesse que as mesmas possam vir a ter, sujeitando-se a um teste de mercado de forma eficiente e eficaz.
Este é, aliás, um aspeto que gostaria de salientar, pois, caso o projeto passe neste filtro de teste de mercado – podendo ainda ser sujeito a um processo de desenvolvimento adicional –, estará em melhores condições de vir a ter sucesso e poderá ser candidatado aos sistemas de incentivos disponíveis, como é o caso do Competir + ou do Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo nos Açores.
Por outro lado, a componente Networking possibilitará a partilha de conhecimento e o eventual interesse, de diversa natureza, em projetos de investigação, permitindo, por exemplo, fazer um pedido de participação no projeto ou de seguimento do projeto. A partilha e troca de informação entre os diferentes agentes processar-se-á de forma dinâmica e a cada passo mais enriquecedora, com cada um dos intervenientes acrescentando “inputs” e valorizando as propostas.
Já o Banco de Ideias corresponde a um repositório de ideias de negócio ou de investigação que ficarão disponíveis para manifestações de interesse, junto dos seus promotores, por parte de quem queira investir e dar continuidade às mesmas.
A este propósito das ideias de negócio e da possibilidade de as mesmas serem disponibilizadas na Plataforma Accelerate Azores, gostaria aqui de salientar a realização, em 2014, no polo universitário da Terceira, e este ano no polo de São Miguel, de um projeto que junta a Universidade dos Açores, o Governo dos Açores e algumas empresas privadas.
O objetivo é o de interligar os alunos universitários com bolseiros de investigação, com vista a desenvolverem ideias de negócio a partir de trabalhos de investigação.
Salientaria ainda o Empreende Açores, uma medida da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial que já dinamizou 11 ações de formação, abrangendo mais de 150 interessados, e que já permitiu a criação de 15 pequenas empresas.
Estes são, em traços gerais, os objetivos que nos propomos atingir com a plataforma que aqui vai ser hoje apresentada.
O Governo dos Açores acredita que se trata de mais um elemento – um importante elemento – para a mudança de paradigma que queremos implementar no nosso modelo económico, onde o conhecimento se assumirá como base e motor de um novo período de crescimento para as próximas décadas.
Como disse, julgo que estamos na presença de uma ferramenta poderosa na divulgação de projetos inovadores, onde todo o potencial de aproveitamento dos nossos recursos endógenos pode ser trabalhado e a ligação entre projetos científicos e a sua articulação e aplicabilidade com o tecido empresarial será possível de uma forma simples e prática.
Estamos confiantes no futuro e convictos de que estamos a desenvolver medidas que a médio prazo irão proporcionar melhores níveis de bem-estar para todos os açorianos.
Durante o ano de 2015 teremos totalmente operacionais algumas medidas estruturais que fazem parte da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial.
Gostaria de salientar a concretização do Business Innovation Centre dos Açores, uma incubadora de empresas de base tecnológica que irá, sobretudo, potenciar a aproximação das empresas ao conhecimento desenvolvido, nomeadamente, na Universidade dos Açores.
Gostaria ainda de mencionar o Parque Tecnológico da Terceira, a Escola do Mar na Horta e a Rede de Incubadoras de Empresas dos Açores, que englobará de forma articulada incubadoras de base tecnológica e de base local.
A propósito da Rede de Incubadoras dos Açores, estamos a trabalhar no sentido de termos incubadoras que potenciem a transferência de conhecimento adquirido nas universidades para a criação de empresas de elevado valor acrescentado e de emprego qualificado, bem como a criação de empresas de base local, ao nível de concelho, que potenciem o aproveitamento dos nossos recursos endógenos.
Trata-se, por conseguinte, de desenvolver estratégias integradas de iniciativas do poder regional e do poder local, que muito valorizamos.
Teremos pois, nos Açores, as infraestruturas de apoio ao empreendedorismo, à inovação e à investigação, os instrumentos financeiros adequados, e a possibilidade de, todos juntos – entidades produtoras de conhecimento, empresas e associações empresariais, Governo Regional e autarquias –, tornarmos possível entrar numa nova era de prosperidade, dando continuidade ao que vínhamos fazendo.
Gostaria de relembrar que o Programa do Governo preconiza uma economia baseada no conhecimento e na inovação. Uma economia mais eficiente, mais ecológica, mais competitiva e com geração de mais e melhor emprego.
Sabemos que não é um processo fácil, mas temos a certeza de que é com o esforço de todos quantos queiram contribuir para o bem dos Açores e dos Açorianos que vamos concretizar esses objetivos estratégicos para a Região.
O interesse dos Açorianos assim o exige e é para isso que estamos a trabalhar.”
GaCS
