O Secretário Regional da Agricultura e Ambiente destacou, na celebração do 65º aniversário da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, a “longevidade e resiliência” desta Adega e a atual dinâmica do setor nos Açores, comprovando que “com ânimo, ambição, capacidade de inovação e estratégia, nenhum setor produtivo tem que ter o seu tempo acabado”.
“É um exemplo de tenacidade que honra o Pico, a agricultura açoriana e que a todos nos deve inspirar num tempo que é de desafios mas que é, também, de oportunidades”, frisou Luís Neto Viveiros, recordando que “depois das doenças que quase dizimaram a produção de vinho, foi em 1961, quando começou a funcionar a Adega Cooperativa que surgiram os primeiros planos de reconversão vitivinícola”.
“Tem sido notável o que se tem reabilitado de currais de vinha na ilha do Pico”, afirmou o Secretário Regional, realçando o trabalho de preservação ambiental e paisagística, a candidatura e classificação pela UNESCO da Paisagem da Cultura da Vinha, o trabalho técnico, o novo Laboratório Regional de Enologia, e a criação na última década de regimes de incentivos para apoiar o empreendedorismo dos vitivinicultores do Pico e dos Açores.
Neto Viveiros assegurou que “esta é a forma de estar e de trabalhar do Governo dos Açores”, através da dinamização de sinergias e “em conjunto” com “todas as fileiras” produtivas e transformadoras.
“Recusamos, por isso, discursos derrotistas que não nos ajudam a prosseguir com o sucesso que temos registado” e “apenas contribuem para a instalação do desânimo entre os operadores das fileiras”, afirmou.
Referindo-se à fileira do leite, Neto Viveiros frisou que os produtores “já venceram com sucesso outras crises idênticas à que agora atravessamos”, derivadas de conturbações nos mercados, como, por exemplo, a de 2009.
“Não nos pautamos nestas matérias pelos calendários eleitorais”, sublinhou o titular da pasta da Agricultura, garantindo que o Governo dos Açores vai continuar “a trabalhar da mesma forma, junto dos agricultores”.
Na intervenção que proferiu na cerimónia que juntou segunda-feira ao final do dia os cerca de duzentos sócios da cooperativa, além de convidados, Luís Neto Viveiros realçou que “nos próximos anos a produção de vinho do Pico pode e deve triplicar, podendo ser um fator determinante para o crescimento das exportações”.
O governante realçou que o novo sistema de incentivos à manutenção de paisagens tradicionais da cultura da vinha, em currais e em socalcos, “prevê contratos por 5 anos, sucessivamente renováveis até ao máximo de 15 anos”, ou seja, mais cinco anos do que permitia o anterior regime.
Assim, explicou, “todas as explorações com uma área até 14,4 hectares - neste momento, o tamanho médio da exploração é inferior a 1 hectare - recebem mais apoios à manutenção, no conjunto dos 15 anos, do que anteriormente”.
Por outro lado, Neto Viveiros destacou a publicação em 2014 da portaria que regula os apoios à reestruturação de vinhas, o que contribuirá significativamente para o aumento da área de reestruturação e apta a produzir vinhos de Denominação de Origem (DO) e Identificação Geográfica (IG), no âmbito do programa VITIS.
“No espaço de cerca de um ano, já apoiamos projetos em mais de dois milhões de euros”, frisou.
Considerando que a medida de dinamização da Vinicultura, inscrita na Agenda Açoriana para o Emprego e Competitividade Empresarial, visa contribuir para a criação de postos de trabalhos, relacionados direta ou indiretamente com a atividade vitivinícola e com o enoturismo, o governante frisou a aposta no apoio e fomento de cursos de formação.
“Como os promovidos pela Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico com quem vamos formalizar um apoio de cerca de 22 mil euros”, anunciou na intervenção que proferiu na cerimónia em que também foram entregues certificados e cartões de aplicadores de Produtos Fitofarmacêuticos a 144 formandos dos oito cursos realizados este ano.
A celebração do 65º aniversário da Cooperativa foi ainda assinalada com a inauguração da obra de beneficiação e ampliação das instalações da Adega, investimento de aproximadamente 400 mil euros apoiado no âmbito do PRORURAL.
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GaCS
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