O Diretor Regional dos Assuntos do Mar disse hoje, na Horta, que os Açores "estão muito expostos ao problema do lixo marinho devido à sua posição geográfica”, considerando que, para mitigar este flagelo, é preciso conhecer melhor os seus padrões de distribuição, a sua origem e o seu impacto em organismos marinhos.
Filipe Porteiro, que falava na palestra sobre o Plano de Ação de Lixo Marinho dos Açores como Resposta à Diretiva Quadro Estratégia Marinha, no âmbito do Fórum 'Rumo a uma solução para o Lixo Marinho nos Açores”, salientou que o objetivo desta Diretiva Quadro é “evitar que o lixo marinho, até 2020, afete negativamente os habitats e os ecossistemas marinhos”.
O Diretor Regional assegurou que o Governo dos Açores está empenhado em mitigar o problema do lixo oceânico no arquipélago, acrescentando que, nesse sentido, está a ser implementado o Plano de Ação para o Lixo Marinho nos Açores (PALMA).
Este plano, segundo Filipe Porteiro, pretende, por um lado, “conhecer melhor o problema do lixo marinho na Região, diminuindo os 'inputs' de lixo para o mar provindos de fontes costeiras” e, por outro, avaliar os impactos dos resíduos na vida marinha.
Filipe Porteiro acrescentou ainda que o plano também pretende estudar os microplásticos, frisando que este é “um assunto na ordem do dia a nível internacional” e que afeta os Açores.
“As grandes acumulações de lixo à escala planetária dão-se nos giros subtropicais de todos os oceanos”, referiu o Diretor Regional, adiantando que “um dos giros fica a sudoeste" dos Açores.
Por essa razão, afirmou ser “normal que, de vez em quando, existam influxos de plástico particulado que dão à costa em baías fechadas”, como é o caso da Praia de Porto Pim, no Faial.
No âmbito do PALMA, Filipe Porteiro destacou “um projeto que vai ter grande impacto em termos de volume de informação acerca do lixo flutuante oceânico” e que coloca os observadores do Programa de Observação das Pescas dos Açores (POPA) a fazer uma “monitorização sistemática e com uma metodologia afinada cientificamente” para que seja possível saber mais sobre a distribuição e a tipologia do macro lixo que flutua no oceano à volta do arquipélago.
Este programa de monitorização de lixo marinho vai permitir obter “informação útil” para responder às exigências da Diretiva Quadro Estratégia Marinha.
O Fórum 'Rumo a uma solução para o Lixo Marinho nos Açores', que decorre até sábado, é organizado pelo Observatório do Mar dos Açores, Instituto do Mar (IMAR) e Direção Regional dos Assuntos do Mar, contando com o patrocínio da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e com a parceria da Associação de Produtores de Espécies Demersais dos Açores (APEDA) e da Associação Portuguesa do Lixo Marinho (APLM).
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GaCS
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