quarta-feira, 24 de junho de 2009

Baleias valem mais vivas do que mortas


A observação de baleias rendeu 1,4 mil milhões de euros no Mundo e atingiu 11,5 milhões em Portugal em 2008, foi anunciado esta terça-feira, dia em que a Dinamarca insistiu em pedir autorização para caçar baleias-corcundas.

"As baleias são mais valiosas vivas do que mortas e os benefícios económicos estendem-se para além da caça", disse o ministro australiano do Ambiente.

Falando numa conferência de imprensa no âmbito da 61.ª reunião da Comissão Baleeira Internacional, que decorre até depois de amanhã no Funchal, Peter Garret, sublinhou que, em 2008, a actividade movimentou 13 milhões de pessoas de 119 países.

Só em Portugal - sobretudo nas águas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, mas também nas do Sudoeste e Sul do continente - a observação de cetáceos movimentou 158.318 pessoas, segundo um relatório apresentado na reunião, em que participam delegações de 85 países.

Na véspera, a secretária regional do Turismo, Conceição Estudante, afirmou que a observação se transformou numa mais-valia para o turismo para a Madeira, onde a caça à baleia, praticada desde 1940, foi abandonada em 1981. As suas águas territoriais são uma espécie de "santuário" de cetáceos.

Os dados sobre a observação de baleias foram conhecidos no dia em que a delegação dinamarquesa foi acusada pela Sociedade para a Conservação das Baleias e Golfinhos (WDSC) de apresentar novos dados para "baralhar" a reunião e conseguir caçar uma dezena de espécimes por ano na Gronelândia.

Dinamarca quer caçar

A Dinamarca justifica a pretensão ao abrigo do programa de subsistência das populações autóctones. Caso o pedido, cujos dados de suporte foram apresentados à última hora, fosse aprovado, "seria a primeira vez em décadas que as baleias-corcundas, totalmente protegidas, seriam caçadas na Europa", avisou a WDSC.

A Gronelândia nunca esgotou as quotas de caça da baleia-minke, fixadas em 1991, e tem vindo a diminuir a quantidade capturada desta espécie a cada ano, acrescenta.

É a segunda tentativa da Dinamarca para conseguir uma quota de captura da baleia-corcunda, cuja caça comercial está proibida desde 1986. O primeiro pedido sido apresentado e chumbado em 2008.


Fonte: JN Sapo

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