sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Carlos César: “Temos um excelente serviço público de saúde”
O Presidente do Governo dos Açores disse hoje que “o Governo tem muitas razões para se orgulhar do trabalho que tem realizado e que está a realizar” na área da Saúde, acrescentando mesmo que “só quem não vive ou nunca viveu nas nossas ilhas é que pode ignorar o extraordinário progresso que o sector da Saúde teve nos Açores.”
Carlos César, que presidia à cerimónia do início simbólico da construção da Unidade de Tratamento e Reabilitação Juvenil, no Livramento, em S. Miguel – uma obra no valor de 1,4 milhões de euros – sustentou que, pesem embora as dificuldades de financiamento no sector, “temos um excelente serviço público de saúde, sobretudo se o compararmos com o que tínhamos ou com os que outros têm noutras regiões.”
Aludindo a um inquérito recentemente realizado, por uma empresa independente, junto dos utentes dos hospitais dos Açores, revelou que “só 5% dos inquiridos não avaliou o atendimento e os serviços prestados nos hospitais dos Açores como bom ou como razoável”.
Na sua opinião, esses resultados contrariam “as propagandas de palradores e escrevinhadores de ocasião, que mediatizam intencionalmente as exceções à qualidade existente e ocultam a regra.”
E, no entanto, como Carlos César fez questão de sublinhar, o Governo Regional quer ainda mais, como tem vindo a evidenciar com, por exemplo, obras de grande relevância e de que são exemplos os novos Hospital da ilha Terceira, Centro de Saúde da Graciosa e Centro de Saúde da Madalena, entre outras já iniciadas, a começar ou previstas para o futuro próximo, como é o caso do Centro de Radioterapia.
No que respeita à Unidade de Tratamento e Reabilitação Juvenil, insere-se no conjunto de respostas, que o Governo dos Açores tem vindo a reforçar, ao fenómeno da toxicodependência, “um dos mais gravosos do nosso tempo.”
Para o Presidente do Governo Regional, sendo a toxicodependência “um desafio e um problema de saúde”, deve ser alvo de “ações de prevenção junto dos nossos jovens e adultos, como de tratamento com vista à reintegração dos envolvidos.”
Assim, a nova unidade virá intervir não só na desintoxicação, tratando síndromas de privação em toxicodependentes – com uma capacidade de dez camas –, mas também na reintegração, com uma unidade para internamento prolongado, com uma capacidade de vinte camas numa ocupação que poderá ir até aos dezoito meses.
Podendo abranger quase duas centenas de pessoas, configura, na opinião de Carlos César, “um investimento inovador à escala regional”, já que se substitui aos tratamentos até agora feitos em comunidades terapêuticas do continente.
Será mais uma resposta a juntar a outras, como o Centro de Aditologia da Horta, o Centro de Aditologia do Hospital de Angra e o Projeto Percursos, em S. Miguel, com a cooperação de associações que se dedicam a esta área, designadamente a Santa Casa da Misericórdia da Povoação, a Casa de Saúde de S. Miguel, a ARRISCA e a Alternativa.
“Outra ação bem sucedida é a que é efetuada através de equipas móveis”, considerou o Presidente do Governo, que revelou terem essas equipas – duas em S. Miguel e uma na Terceira – apoiado mais de quinhentas pessoas só no ano passado.
Muitas centenas de toxicodependentes, sobretudo jovens, conseguiram curar-se e recomeçar as suas vidas em resultado de todo esse trabalho, que conta, igualmente, com o contributo – elogiado por Carlos César – das Unidades de Saúde, as quais constituem, como acentuou, “uma primeira linha de intervenção em estreita ligação com os Cuidados de Saúde Primários e com os Cuidados mais diferenciados nesta área.”
Programas como o “Xpressa-te”, em S. Miguel, o “(In)forma-te”, na Terceira, e o “Trilhos Saudáveis”, no Faial, que se centram na prevenção e que em 2011 chegaram a cerca de catorze mil jovens – diretamente contatados por equipas de técnicos na rua, junto de escolas e nos locais de diversão noturna – foram também importantes naquela que o Presidente do Governo classificou de luta muito difícil.
“Todos os dias são identificadas novas drogas sintéticas e novas substâncias, o que prejudica a nossa ação e os resultados que pretendemos alcançar, mas essas dificuldades acrescidas só nos devem motivar e convocar para reforçarmos a nossa atenção e pró-atividade”, concluiu Carlos César.
GaCS
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