O Governo dos Açores entende que a criação de seleções desportivas "não deve nem pode ser resultado de iniciativas dos órgãos de poder político”, afirmou hoje, na Horta, o Secretário Regional da Educação, Ciência e Cultura.
Luiz Fagundes Duarte, que falava na Assembleia Legislativa durante a discussão de um projeto de resolução que recomendava ao Governo dos Açores a criação de seleções desportivas regionais”, reconheceu a bondade desta iniciativa, mas frisou a discordância do Executivo sobre o assunto.
“Em primeiro lugar, porque o Governo entende que a criação de seleções desportivas não deve nem pode ser resultado de iniciativas dos órgãos de poder político, mas sim do movimento associativo – se e quando, no exercício da sua independência perante o poder político, entender que se encontram reunidas as condições para que tal aconteça”, disse.
“Nesta matéria, como de resto acontece com o funcionamento das associações e das federações das diversas modalidades desportivas, o Governo apenas intervém no cumprimento das suas responsabilidades em matéria de apoio financeiro e de garantia das condições logísticas para que os atletas açorianos, pratiquem eles modalidades individuais ou coletivas, possam participar em situação de igualdade de oportunidades com os seus congéneres nacionais", acrescentou o Secretário Regional.
Para Luiz Fagundes Duarte, "nesta matéria, a insularidade não pode ser um impedimento", defendendo que "o Governo tem feito tudo o que lhe compete para que tal não aconteça”.
Nesse sentido, salientou que o Executivo açoriano orgulha-se de “ter vindo a criar e a consolidar as condições necessárias para que o movimento associativo, incluindo o desportivo, exerça as suas atividades nas melhores condições”, acrescentando que, como resultado desta estratégia, o atual panorama do desporto federado açoriano é algo que “a todos nos deve orgulhar”.
Os Açores, tendo como referência os dados relativos a 2012, têm 49 associações de modalidade ou de desportos, que enquadram 250 clubes com atividade federada, num total de 40 modalidades diferentes, envolvendo 23.376 atletas, o que de confere à Região a maior taxa federada absoluta do país, revelou o Secretário Regional.
O Governo, recordou Luiz Fagundes Duarte, definiu como objetivos para o desporto federado, entre outros, “consolidar a posição de referência dos desporto açoriano no contexto nacional e internacional” e promover “a diferenciação positiva para o trabalho e resultados de excelência”, tendo em vista a participação de atletas açorianos nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
“Hoje podemos orgulhar-nos de, em 2013, termos tido oito atletas abrangidos pelo estatuto de Alto Rendimento, de 57 das nossas equipas terem participado em competições nacionais de regularidade anual, sendo que 16 delas disputaram os níveis mais competitivos mais elevados", afirmou, destacando que "a expressão internacional de equipas açorianas tem sido regular desde 2005/2006 e, para a época de 2013/2016, é de sete equipas”.
Luiz Fagundes Duarte defendeu ainda que “a valorização dos atletas açorianos não passa pela criação de seleções açorianas, o que, de resto, colocaria em risco a participação de atletas açorianos nas seleções nacionais, mas antes pela definição e execução de políticas que visam a formação dos nossos atletas, que promovam a prática desportiva pelos açorianos, que potencializem a formação de uma massa crítica consistente e que revele, no contexto internacional, a importância dos atletas açorianos, ou formados nos Açores, para as seleções nacionais do maior número possível de modalidades, sejam elas individuais ou coletivas”.
“É disto que o Governo se orgulha, é disto que os açorianos se deverão orgulhar, deixando ao movimento associativo, no mais escrupuloso respeito pela sua independência, as decisões quanto à maneira como ele se deve organizar”, frisou o Secretário Regional.
2014.01.14-SRECC-SeleçõesDesportivasAçorianas.mp3 |
GaCS
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