O Secretário Regional da Saúde garantiu hoje na Assembleia Legislativa, na Horta, que o Serviço Regional de Saúde está “num momento de viragem” e que, dois anos após a reestruturação operada, já é “possível começar a notar uma melhoria na qualidade assistencial e na resposta dos serviços aos Açorianos”.
Luís Cabral, que intervinha durante a Interpelação ao Governo sobre o setor da Saúde, frisou que esta viragem é também concretizada “num conjunto de medidas que permitirão resolver muitos dos problemas que até agora nos inquietaram, como as listas de espera cirúrgicas, o acesso a consultas de medicina geral ou os cuidados continuados integrados”.
Como exemplo dessas medidas, o Secretário Regional destacou a recente entrada em funcionamento da sala de pequena cirurgia no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, “que vai permitir que as cerca de 500 pequenas cirurgias que estão em lista de espera fiquem totalmente resolvidas no espaço de três meses”.
Nesse sentido, Luís Cabral sublinhou ainda que, mais importante do que esse dado, é o facto dessa sala “passar a ser um recurso disponível de forma permanente, o que permite não só a não existência de listas de espera para pequenas cirurgias, como também a passagem para o regime de ambulatório de outras cirurgias em diversas especialidades”.
O Secretário Regional da Saúde anunciou, a propósito, a construção de mais duas salas de cirurgia de ambulatório no Hospital de Ponta Delgada no primeiro semestre de 2015 e a entrada em funcionamento, já em novembro, do programa de gestão integrada de listas de espera cirúrgicas, que “vai permitir a emissão dos vales-saúde para 2014”, abrangendo “cerca de duas centenas de Açorianos em lista de espera”.
Luís Cabral salientou ainda que as medidas implementadas já permitiram, por exemplo, que o Hospital da Horta tenha registado uma redução de cerca de metade da lista de espera cirúrgica na especialidade de Ortopedia, prevendo “deixar de ter lista de espera cirúrgica no espaço de um ano”, enquanto o Hospital de Angra do Heroísmo, entre agosto de 2013 e agosto de 2014, conseguiu reduções entre os 21 e os 52% na lista de espera para cirurgia em especialidades como Cirurgia Geral, Estomatologia e Otorrino.
Relativamente à falta de médicos de família, sobretudo nas ilhas de São Miguel e Terceira, Luís Cabral sublinhou que a “situação tende a melhorar”, já que, neste momento, existem nestas duas ilhas, 35 médicos internos em medicina geral e familiar que dentro de dois a três anos vão suprir parte das necessidades, contando o Governo recorrer aos incentivos disponíveis para completar os 10 a 12 médicos em falta.
O governante frisou ainda que, com vista a dar resposta às pessoas que ainda não têm médico de família, foi criado na passada semana um Serviço de Atendimento Complementar, a funcionar no centro de Ponta Delgada, que disponibiliza diariamente 64 consultas complementares para utentes sem médico de família, ou seja, mais de 1.200 consultas por mês.
“Estamos também a alargar a rede de cuidados continuados integrados aproveitando as capacidades dos centros de saúde, que passam assim a ter uma nova e importante função no alargamento da rede de cuidados continuados com uma resposta em proximidade com os utentes e os seus familiares”, disse Luís Cabral, adiantando que, paralelamente, estão a ser reforçadas “as equipas de cuidados domiciliários que já existem em praticamente todos os centros de saúde e que prestam um relevante apoio aos doentes e familiares”.
Na sua intervenção, o Secretário Regional referiu ainda que, contrariamente aos receios que alguns manifestavam, os Açorianos estão a “resolver os problemas que em determinados momentos criaram alguns constrangimentos aos serviços”, estando igualmente afastados “os fantasmas que pairaram sobre a responsabilidade de decisão” do Serviço Regional de Saúde.
Dados revelados hoje pelo Secretário Regional da Saúde indicam que nos três hospitais dos Açores, nos últimos cinco anos, o número de médicos cresceu 15%, o de enfermeiros 12% e o de técnicos de diagnóstico e terapêutica 19%.
Quanto à atividade assistencial, o número de consultas nos hospitais da Região registou um aumento de cerca de 13% entre 2012 e 2013, com um crescimento acumulado de cerca de 36% nos últimos cinco anos.
GaCS
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