Texto integral da intervenção do Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, proferida hoje, em Ponta Delgada, na apresentação da Temporada de Cruzeiros 2015/2016:
“O mercado de cruzeiros assume já uma expressiva importância para o turismo nos Açores, servindo, não só, mas também, como veículo de promoção turística do arquipélago.
São dezenas de milhares de pessoas que tomam contacto com as nossas ilhas.
São dezenas de milhares de pessoas que se espalham pelas cidades e visitam o nosso comércio, o qual não só deve continuar a adaptar-se com a necessária flexibilidade em termos de horários, como também deve continuar a aperfeiçoar a sua tipologia de oferta.
Sendo a taxa de repetição na indústria dos cruzeiros elevada, e sendo a experiência de um cruzeiro o somatório das experiências vividas a bordo do navio e nos portos de escala, consideramos que a animação e a atração turística representam um papel fundamental no sucesso do turismo de cruzeiros.
Se um turista de cruzeiro ficar interessado e atraído pelos Açores é provável que opte por regressar pelos próprios meios, o que, não tenhamos dúvidas, representa um impacto muito positivo na nossa economia.
Por outro lado, o facto de um turista de cruzeiros poder recomendar os Açores funciona também como um importante e instrumento de promoção do nosso destino, de forma gratuita.
Nesse sentido, temos que continuar a trabalhar em cooperação com todos os operadores locais e regionais para criar e promover produtos turísticos com caraterísticas inovadoras e com fatores de atratividade suficientemente fortes para cativarem os operadores deste tipo de cruzeiros, como desportos náuticos, passeios pedestres, visitas aos centros históricos, entre muitas outras áreas que já exploramos, mas que devemos explorar ainda melhor, para assim garantir a ocupação do turista aquando da sua estadia em terra.
O nosso trabalho tem dado os seus frutos.
A atividade de cruzeiros nos portos dos Açores tem vindo a registar um crescimento acentuado.
O número de passageiros teve nos últimos três anos (2012 a 2015) um crescimento de 38%, passando de 102.881 para 141.847 passageiros desembarcados.
De 2012 para 2015 desembarcaram nos Açores mais cerca de 40 mil passageiros.
Já relativamente às escalas, passámos de 122 em 2012, para 138 escalas em 2015.
Como tivemos oportunidade de constatar, em 2015 escalaram os Açores mais de 141 mil passageiros, na sua maioria oriundos do Reino Unido, EUA, Alemanha e Canadá, o que contribuiu, no mesmo período, para um impacto na economia açoriana de cerca de 4 milhões e 250 mil euros.
O ano de 2015 foi para os Açores o melhor ano de sempre no setor do turismo.
No turismo de cruzeiros não foi diferente.
Com efeito, 2015 assumiu-se como um ano fantástico batendo recordes de escalas e passageiros.
Pela primeira vez, tivemos escalas de navios de cruzeiros em todos os meses do ano, estendendo aqueles que já são os períodos tradicionais de escalas a todo o ano.
Pelo facto de termos ultrapassado os 130 mil passageiros, os Açores passaram a ser considerados pela MedCruise como um grande porto, o que nos enche de orgulho e satisfação, reconhecendo-se assim também o bom trabalho que tem vido a ser desenvolvido.
Naturalmente que todo o cenário de crescimento deste mercado nos Açores dá bem nota das potencialidades existentes para continuarmos a desenvolver as mais diversas atividades de animação turística, mas também é bem demonstrativa do espírito de iniciativa que os nossos empresários têm revelado, apostando no desenvolvimento de produtos turísticos diferenciadores e de qualidade.
Por outro lado, é justo salientar que estes resultados são também o reflexo do grande investimento que o Governo dos Açores optou por fazer em infraestruturas de qualidade na Região, tomando as opções corretas, quando decidiu apostar no turismo de cruzeiros como uma forma de captar visitantes para os Açores.
A evolução tem sido muito positiva e está naturalmente associada às capacidades que o Governo dos Açores tem transmitido ao acolhimento especializado nos nossos portos.
Hoje somos reconhecidos internacionalmente como um local de escala qualificado.
Quando tanto se fala na importância do Mar para os Açores, convém referir que não nos circunscrevemos apenas às atividades económicas tradicionais, como a pesca ou a preservação da sustentabilidade dos recursos marinhos, o apoio à investigação e à ciência, entre outros.
As capacidades dos nossos portos são também essenciais para o papel que podemos desempenhar e para as vantagens que podemos retirar dessas atividades emergentes ligadas ao mar.
Pela nossa parte, vamos continuar a apostar no turismo de cruzeiros como uma das vertentes da política de turismo regional, estando previsto que, em 2016 cheguem aos nossos portos, pelo menos, 130 navios cruzeiros, que trarão, no mínimo, 135 mil visitantes às nossas ilhas.
A fasquia está cada vez mais alta, mas nós cá estamos para responder presente!
Precisamos de manter o bom ritmo de crescimento nesta vertente turística regional, continuando a realizar as mais diversas iniciativas promocionais em feiras da especialidade, apostando na promoção da Região, não só como um mercado de passagem entre os EUA e a Europa.
É, pois, neste quadro de perspetivas que precisamos de continuar todos a trabalhar em conjunto, no sentido de compatibilizar o permanente crescimento deste mercado com a responsabilidade social e ambiental que todos temos que ter.
Só assim poderemos manter e reforçar o estatuto que hoje já temos e que é o de sermos efetivamente um destino com reconhecimento internacional, muitas vezes bem superior ao reconhecimento nacional.
A riqueza de um destino turístico está precisamente na diversidade e nos fatores diferenciadores de cada uma das nossas ilhas.
É isso que temos que continuar a mostrar a quem nos visita.
Nos Açores nós não trabalhamos para a estatística. Esta é, sim, a consequência lógica do muito trabalho desenvolvido, baseado numa visão estratégica e integrada daquilo que cada uma das nossas ilhas, cada um dos nossos concelhos, pode oferecer como mais-valia, numa lógica permanente de complementaridade e de valorização daquilo que nos diferencia.”
GaCS
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