Texto integral da intervenção do Vice-Presidente do Governo, Sérgio Ávila, proferida hoje, na ilha Terceira, na apresentação da estratégia de promoção dos produtos açorianos - Açores Export 2016:
“Dando continuidade à estratégia de incremento de exportações das empresas de produtos e serviços dos Açores, este ano elaboramos um plano de promoção de produtos dos Açores que vai diretamente ao encontro das necessidades e expetativas das nossas empresas.
Trata-se do plano Açores Export 2016 que, mais do que promover, pretende reafirmar de forma substancial o potencial de exportação de alguns dos principais setores económicos da Região, com especial relevância para o setor agroalimentar.
Partindo da experiência de anos anteriores e conferindo junto dos nossos empresários resultados concretos do trabalho conjunto que temos desenvolvido em parceria com a Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA) e a Câmara de Comércio de Indústria dos Açores (CCIA), apresentamos hoje um plano realista e que reforça a nossa estratégia.
É uma estratégia de promoção e valorização dos nossos produtos, tanto nos mercados tradicionais quanto no acesso a novos mercados, sempre com o objetivo primordial de aumentar a base económica de exportação, reforçando, por essa via, a competitividade do tecido empresarial dos Açores.
A maioria das nossas empresas, fruto da sua inerente localização geográfica, opera num mercado fragmentado e de dimensão reduzida, o que condiciona o seu funcionamento e a sua capacidade concorrencial.
Esta é uma realidade que nos desafia diariamente e para a qual delineámos uma estratégia consistente no que diz respeito ao incremento das exportações.
É fundamental capacitar as empresas dos Açores para que possam aceder a novos mercados e reforçar a sua presença nos mercados onde já operam.
Esta capacitação passa por uma aposta constante que os agentes económicos devem fazer na qualificação das suas empresas e no seu posicionamento face a novos mercados.
A Estratégia de Promoção dos Produtos dos Açores, que hoje aqui apresento, garante, como referi inicialmente, a continuidade de atividades de apoio e de fomento à exportação já executadas em planos anteriores.
Mas, mais do que isso, reveste-se de novos objetivos, de modo a contribuir para uma convergência em termos nacionais, nomeadamente através do aumento do número de empresas exportadoras e, consequentemente, do volume de exportações, do aumento e visibilidade da presença dos produtos regionais nos mercados tradicionais.
Reforça-se, também, a aposta em novos mercados para a exploração de nichos que contribuam para o reposicionamento e diferenciação das produções regionais.
Este plano distingue-se pelo reforço da estratégia de exportação que, com a Marca Açores, ganha uma nova dinâmica.
Um ano depois de implementada a Marca Açores, os dados mostram-nos que estamos no caminho certo e que esta se constitui como uma clara oportunidade para as empresas açorianas, assumindo uma inegável importância no acesso e fidelização de mercados, induzindo valor acrescentado aos produtos e aos serviços regionais numa importante estratégia de diferenciação, valorização e aumento da competitividade da economia dos Açores.
Atualmente, mais de 500 produtos têm na sua imagem o selo Marca Açores. Distinguem-se com uma marca própria que, por sua vez, revela a distinta origem das produções.
Para 2016, mantemos a aposta no mercado regional e reforçamos a nossa estratégia para o mercado nacional, europeu e norte-americano, estabelecendo atividades concretas em função das necessidades e especificidades destes mercados, e permitindo também a inclusão das nossas empresas de acordo com o seu perfil e as suas necessidades exportadoras.
O Açores Export 2016 contempla:
• A participação de empresas açorianas em 13 eventos promocionais que terão lugar na Região, em Portugal Continental, na Europa, nos EUA e Canadá.
Estes eventos serão sempre associados a uma forte vertente comercial e em que será dada ênfase à Marca Açores como marca sinónima de qualidade e de inegável importância para o sucesso de uma estratégia de acesso e fidelização de mercados, que induz valor acrescentado aos produtos e serviços açorianos;
• A realização de dois workshops para as empresas regionais – um em Ponta Delgada e o outro em Angra do Heroísmo –, que têm como principal foco a formação para a internacionalização;
• A organização de uma missão inversa, que pretende promover a vinda aos Açores de importadores nacionais e internacionais, potenciais investidores e empresários de mercados prioritários para os Açores, como a Europa, a América do Norte e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que se revelem interessados nos produtos e serviços regionais.
A este propósito, não posso deixar de sublinhar a importância destas missões para a economia regional.
Temos conseguido, com eventos desta natureza, estabelecer importantes parcerias nacionais e internacionais com efetivo retorno do investimento nos Açores.
O aumento registado constitui uma prova inequívoca da mais-valia que representa esta estratégia de apoio à penetração das nossas empresas em mercados externos, como constitui, também, um incentivo a que prossigamos neste caminho.
Acreditamos que o Açores Export é um documento que vem ao encontro das necessidades das empresas açorianas.
A sua operacionalização irá, sem dúvida, contribuir efetivamente para o alargamento da base económica de exportação e, consequentemente, para o aumento da competitividade e produtividade do tecido empresarial açoriano.
Considerando, como já foi referido, a importância estratégica da internacionalização e da capacidade exportadora das empresas açorianas, o Governo dos Açores tem vindo a dinamizar um conjunto de medidas de apoio à exportação.
É o caso do novo Subsistema de Incentivos para Internacionalização, que vem reforçar o comércio intrarregional e favorecer o posicionamento das empresas açorianas no mercado global, numa lógica de transversalidade a todos os setores de atividade.
Este Subsistema permite o desenvolvimento de projetos de prospeção de mercados externos, comercialização e marketing e a promoção de negócios desmaterializados com clientes e fornecedores.
Com este Subsistema as empresas podem contar com um incentivo não reembolsável de 50%, 40%, ou 30% das despesas elegíveis aos projetos de internacionalização e de cooperação empresarial, consoante sejam promovidos por pequenas, médias ou grandes empresas, respetivamente, sujeito ainda a prémios e majorações que podem aumentar aquelas taxas até um máximo de 65% e de 90% aos projetos de acesso aos mercados, que incluem apoio ao transporte de produtos.
Os produtos dos Açores – que são, afinal, marcas distintivas das nossas potencialidades – têm, como se comprova, merecido a maior atenção e todo o apoio do Governo Regional.
Aliás, neste contexto, gostaria de anunciar que, ao longo do próximo trimestre, as micro e médias empresas dos Açores poderão contar com um espaço de armazenamento dos seus produtos no continente a preços reduzidos.
Trata-se de um armazém situado em Alverca e que pretende servir de ponto de apoio aos pequenos produtores que queiram expandir o seu negócio para o território nacional.
A aposta na nossa produção e na promoção do consumo dos nossos produtos é uma contínua missão que tem vindo a dar frutos.
O Programa de Apoio à Restauração e Hotelaria para Aquisição de Produtos Regionais, que implementámos no sentido de estimular o seu consumo e, consequentemente, o retorno económico de todos os operadores que intervêm na sua produção e comercialização, tem tido resultados muito positivos.
Posso aqui divulgar que, em 2015, foram concedidos no referido programa apoios que possibilitaram vendas de três milhões de euros de produtos regionais.
O Governo dos Açores, que tudo tem feito para estimular a atividade económica e para apoiar as nossas empresas nos tempos de maiores dificuldades, regista estes resultados com ânimo e com vontade de fazer ainda mais e melhor.
Mas, como é óbvio, nesse esforço é fundamental a participação dos nossos agentes económicos, numa parceria que – como, no caso presente, do Plano Açores Export 2016 – congrega tanto melhores condições para ter sucesso quanto mais ativa e consistente se evidenciar.
O Governo Regional regista com muita satisfação a parceria que, mais uma vez, foi estabelecida entre a SDEA e a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores, num novo projeto estratégico como é o de concretizar um ambicioso plano de promoção das nossas empresas e dos nossos produtos.
A capacitação das empresas no seu processo de internacionalização, o fomento da cooperação entre empresas, a dinamização de setores económicos e a redução das importações, através da intensificação do consumo de produtos açorianos, são alguns dos grandes objetivos deste Plano Açores Export 2016.
Acreditamos na vontade e no querer dos agentes económicos dos Açores.
Temos mesmo provas de que as dificuldades momentâneas não são suficientes para quebrar a vontade empreendedora de que os Açores são exemplo nacional.
Ainda recentemente, dados estatísticos revelaram que os Açores continuam a registar a abertura de quatro empresas por cada uma que encerra a sua atividade, o que se traduz no maior rácio em todo o país.
Esta taxa – bem superior à do continente, que teve 2,3, e à da Madeira, que ficou nos 1,9 – representa a elevada capacidade empreendedora do nosso tecido empresarial e é, sem dúvida, um sinal de confiança na nossa economia.
A dinâmica e a tenacidade de que o setor empresarial dos Açores tem dado provas leva-nos a ter a certeza de que, juntos, iremos todos vencer os desafios que se nos apresentam e que o sucesso está ao nosso alcance.
Muito Obrigado".
2016.02.24-VPGR-ApresentaçãoPlanoExportAçores2016.mp3 |
GaCS
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