Em resultado do mau tempo que se tem verificado no arquipélago e da ocorrência de diversos movimentos de massa registados em Santa Maria, o secretário regional do Ambiente e do Mar e investigadores do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores deslocaram-se àquela ilha no sentido de analisarem localmente as situações de maior risco.
De acordo com Álamo de Meneses, os problemas mais graves observados localizam-se na zona da Maia, onde se confirmou estarem a ocorrer movimentos de vertente lentos que colocam em risco habitações e infra-estruturas básicas. Com o objectivo de se minimizar o risco existente foi interditado o acesso à zona em causa e desaconselhada a circulação de pessoas e viaturas nas imediações até se conhecer a real dimensão do problema.
Para tal, o secretário regional do Ambiente e do Mar garantiu que vai ser estabelecida uma rede automática para a monitorização do fenómeno.
Segundo Rui Marques, investigador da Universidade dos Açores, foram identificados numerosos movimentos de vertente, na sua maioria deslizamentos translacionais e rotacionais, localizados na Praia Formosa, Baia de São Lourenço e Maia.
De entre todos os movimentos de vertente identificados, merece especial destaque um deslizamento lento de grandes dimensões, aproximadamente 65.000 m2, que se encontra activo na Maia. Sobre a massa instabilizada localizam-se algumas habitações e infra-estruturas básicas, algumas das quais evidenciam danos estruturais graves.
Para o referido investigador, a grande dimensão deste deslizamento, de características pouco comuns no arquipélago, prende-se, entre outros factores, com a presença abundante de argilas sob a massa instável sobre as quais se dá a movimentação. Nos próximos dias serão realizados ensaios laboratoriais às amostras recolhidas e desenhado o esquema de monitorização para acompanhar o evoluir da situação.
GaCS/SF
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