A Direção Regional dos Assuntos do Mar, enquanto entidade gestora da Rede de Arrojamentos de Cetáceos dos Açores (RACA), informa que ontem, dia 23 de Agosto, arrojou uma tartaruga morta, com 50 cm de comprimento total, na zona balnear do Porto Martins, ilha Terceira. A ocorrência foi registada pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana.
Tendo em conta que o espécime não foi considerado de interesse do ponto de vista científico, não foram recolhidas amostras e ao mesmo foi imediatamente dado destino final.
A tartaruga-boba (Caretta caretta) é a tartaruga marinha mais comum no arquipélago dos Açores. As tartarugas-bobas presentes nos Açores pertencem maioritariamente a uma população que nidifica no Atlântico Noroeste (Sul dos Estados Unidos da América). Ou seja, as tartarugas recém eclodidas, depois de saírem das praias do Sudeste dos Estados Unidos, são conduzidas pela corrente do Golfo e, posteriormente, pela corrente dos Açores até às águas do Arquipélago, percorrendo assim milhares de quilómetros desde as praias onde nasceram.
Já foram encontradas tartarugas-bobas com 10 cm de comprimento de carapaça, o que nos indica que estes répteis conseguem chegar aos Açores poucos meses depois de terem nascido. Estudos apontam para que a duração da fase oceânica desta espécie seja de aproximadamente 7 a 12 anos (até atingirem entre 46 e 64 cm). Após este período, as tartarugas-bobas regressam às zonas costeiras das praias americanas para aí completarem o seu ciclo biológico.
As Caretta caretta que se encontram nos Açores, embora pertençam à maior população da sua espécie a nível mundial, apresentou um declínio do número de ninhos na ordem dos 40%, durante a última década.
O Governo dos Açores, através da RACA, continua a seguir atentamente todas as ocorrências relacionados com aparecimento nas zonas costeiras dos Açores de animais marinhos mortos de grandes dimensões.
GaCS/DRAM/SF
Sem comentários:
Enviar um comentário