segunda-feira, 28 de maio de 2012
Carlos César:que nunca nos falte a alegria de sermos açorianos!
Na vila da Povoação, na ilha de S. Miguel, “onde se estreou a açorianidade”, o Presidente do Governo dos Açores fez hoje a apologia da Autonomia açoriana e fez um forte apelo à defesa do património autonómico, para impedir “que outros dele disponham como se ele não nos pertencesse.”
Falando na sessão solene que assinalou as comemorações do Dia da Região Autónoma dos Açores, Carlos César sublinhou a necessidade de os açorianos terem de melhores a defender o que é deles e a determinar o que mais lhes diz respeito.
“O pior que nos pode acontecer, a nós e aos Açores, é pensarmos que a Autonomia se completa a si própria no automatismo da sua configuração jurídico-institucional, quando, pelo contrário, ela só serve se servida pelos cidadãos e só provê se movida pela atenção do povo”, sublinhou.
Para o governante, “é mesmo um dos principais desafios do nosso tempo estimular a cidadania e convocar mais pessoas para o que compete a todos fazer nas tarefas de organização em prol do bem comum.”
Por isso – e apesar de serem milhares os açorianos que se envolvem aos mais variados níveis da intervenção cívica –, importa, na sua opinião, que haja participação política, com todos os direitos e obrigações dela decorrentes.
Lembrando que no próximo mês de Outubro haverá eleições regionais, disse que o seu voto “é no sentido de demonstrarmos, entre nós como perante os outros, que cuidamos do que é nosso e que votamos no que nos pertence” e apelou para que todos os açorianos votem, porque essa será uma atitude de afirmação da Autonomia.
“A Autonomia é, será sempre, o que os açorianos quiserem que seja”, sublinhou Carlos César, para quem “nunca um regime fez tanto em tão pouco tempo entre nós como a Autonomia que alcançámos com a democracia que o 25 de Abril nos devolveu.”
Como fez notar, a Autonomia inseriu os Açores em instâncias do mais alto nível internacional, proporcionou “uma diferenciação na política externa portuguesa” e tornou possível uma verdadeira aproximação às comunidades de açor-descendentes espalhadas pelo mundo, apoiando-as em projetos de preservação da identidade açoriana, promovendo o ensino do Português, e incentivando a participação cultural, social e política nos países de acolhimento.
“A Autonomia trouxe-nos um desejo incontido de recuperar atrasos e de galgar caminho”, disse o Presidente do Governo, acrescentando que os progressos alcançados “desmentiram todos os que sempre a procuraram enfuscar e, em particular, os centralistas que ainda andam por aí e os que se mostram cada vez mais por lá.”
Frisando que “ainda hoje é possível ver como tudo o que depende da administração central anda mais devagar e tudo quanto somos chamados a fazer por nós anda mais depressa”, Carlos César disse que a Autonomia permitiu aos Açores saírem de “posições indigentes” em muitos indicadores económicos e sociais médios do país.
“E não se pense que foi o simples passar do tempo que trouxe as melhorias”, acentuou, referindo, por exemplo, que o PIB per capita dos Açores, em meados dos anos sessenta, era 48% da média nacional, chegou aos 60% na primeira década da Autonomia e agora, de acordo com os últimos indicadores, atingiu os 94%, ultrapassando os da Região Norte, da Região Centro e do Alentejo.
Outro indicador do bom percurso feito, lembrou Carlos César, é o da convergência com os níveis médios de riqueza da União Europeia, em que os Açores progrediram mais do que o país, crescendo quinze pontos percentuais nos últimos quinze anos.
Sublinhando que “mesmo nos dias difíceis que atravessamos, os Açores conservam essas vantagens conquistadas pela Autonomia, a que acrescem os meios e os instrumentos excecionais por ela proporcionados e pela boa gestão das finanças públicas para apoiarmos agora as famílias e as empresas”, disse que a Autonomia conferiu aos açorianos outras capacidades e outro domínio de reconhecimento de direitos para o aproveitamento dos seus recursos, como o Mar, por exemplo.
“O Mar é a verdadeira casa de todos os Açorianos”, afirmou o Presidente do Governo, frisando que os açorianos não se sentem isolados no Mar, sentimento que só poderiam experimentar se os privassem da pertença dele.
“Esse risco, porém, não está excluído, dadas as cobiças externas e internacionais que proliferam à volta das riquezas do mar profundo na plataforma em torno dos Açores, pelo que a Autonomia, que é a síntese dos nossos rostos e dos nossos apegos, deve ser vigorosamente invocada e convocada para um comprometimento inalienável na defesa do que é, em primeiro lugar, nosso, embora não só nosso – o Mar”, alertou.
Enumerando áreas em que a Autonomia proporcionou grande desenvolvimento nos Açores, recordou, por exemplo, a evolução registada no ensino, na atividade económica, no turismo, na criação de emprego, no apoio social, na prestação de cuidados de saúde, na redução acentuada da mortalidade infantil, no combate á violência doméstica, e disse, em suma, sentir que “o regime autonómico ofereceu vantagens que os Açores nunca teriam sem a ação dos seus órgãos de governo próprio.”
Carlos César afirmou ter mesmo “a certeza de que os erros dos governos locais ou regionais trouxeram sempre menos atribulações aos Açores e aos açorianos do que aquelas que nos adviriam de simples omissões do poder central.”
Por isso, concluiu dizendo que é importante “continuar em frente, com a confiança que o passado nos lega e a renovação que o futuro incorpora” e fazendo votos no sentido de “que nunca nos falte a alegria de sermos açorianos, que nunca nos falte a ambição, que nunca nos falte os Açores no coração.”
GaCS
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