quinta-feira, 31 de maio de 2012
Regiões Ultraperiféricas essenciais para a captura de atum na União Europeia
As Regiões Ultraperiféricas, em que os mares dos Açores se incluem, são praticamente os únicos territórios onde, na União Europeia, é possível capturar algumas espécies de atum e isso é uma mais-valia para o espaço comunitário.
O facto foi lembrado, na noite desta quarta-feira, pelo Subsecretário Regional das Pescas, falando, em representação do Presidente do Governo, Carlos César, na comemoração do 25º aniversário da Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA), integrada na XII Semana do Pescador, que decorre na ilha Terceira.
Segundo disse Marcelo Pamplona, “as capturas de atuns nas águas europeias representam apenas uma pequeníssima parte das capturas efectuadas pelas frotas atuneiras comunitárias”, sendo a maioria da pesca realizada “em alto mar, longe das águas europeias, ou nas águas costeiras de países terceiros”.
Por isso, adiantou, “o sector atuneiro dos Açores tem uma importância que extravasa a sua própria dimensão regional, dado que contribui para o abastecimento do mercado comunitário com um produto do mar que tem origem numa zona marítima que pertence à própria União Europeia”.
Referindo-se à já consolidada indústria conserveira açoriana, o governante lembrou que esse negócio nasceu do facto de, nas águas dos Açores, “com algumas exceções muito pontuais nalguns raros anos”, apenas se capturam três espécies de atuns – o voador, o patudo e o bonito, e este último em maiores quantidades.
“Foi pelo facto da grande fatia de capturas de atuns nos mares dos Açores serem da espécie bonito - ainda com pouco mercado de venda em fresco e refrigerado - que se optou por criar uma atividade industrial na nossa Região baseada nas conservas”, representando um importante segmento da exportação açoriana.
“Por estas circunstâncias, a nossa indústria conserveira, constituída por quatro empresas instaladas em quatro ilhas, desempenha um papel fulcral no escoamento da produção da frota açoriana, tendo também uma dimensão social e económica de grande relevância no contexto regional”, sublinhou Marcelo Pamplona.
O governante defendeu, por isso, que “a articulação entre a indústria e a frota açoriana é fundamental para que o sector funcione adequadamente, pelo que a APASA deve esforçar-se por encontrar soluções de compromisso que viabilizem as duas fileiras – a da produção e a da indústria”.
Com a valorização das espécies patudo e voador no circuito da comercialização de frescos e congelados, “importa também que a APASA continue a promover negociações com as empresas de comercialização que pretendam abastecer-se nos Açores, com o objetivo de garantir a estabilidade de preços e também o preço justo a pagar ao pescador açoriano”, salientou ainda.
Marcelo Pamplona sublinhou, também, a importância promocional e ecológica da técnica de captura de pesca do salto e vara, utilizado nos Açores, “método altamente seletivo e que evita a mortalidade de golfinhos”.
Por isso, acrescentou, o Governo Regional, em parceira com o “Earth Island Institute”, indústria conserveira, a APASA e o Departamento de Oceanografia e Pescas, iniciou há 14 anos o Programa de Observação para as Pescas dos Açores, denominado POPA, que tem como finalidade monitorizar as capturas da nossa frota atuneira, garantindo que não se capturam acessoriamente este tipo de cetáceos”.
A implementação deste projeto estratégico originou a distinção da frota atuneira açoriana com o estatuto internacional "Dolphin Safe", galardão que “também foi alargado à nossa indústria”, lembrou ainda.
Pela relevância que esta atividade económica tem para os Açores, disse a terminar, “constitui uma prioridade do Governo Regional continuar a manter um quadro de apoio à fileira ligada ao atum. A estratégia de crescimento para esta área, impõe continuar a investir na melhoria da competitividade e produtividade de todos os operadores deste sector em articulação com as sua associações representativas”, enaltecendo, ainda, o papel da APASA, como “instituição fundamental para a valorização social e económica do nosso sector das pescas”.
Anexos:
2012.05.31-SsRP-AniversárioAPASA.mp3
GaCS
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