quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Intervenção da Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares

Texto integral da intervenção da Secretária Regional Adjunta da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Isabel Rodrigues, proferida hoje na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na Horta:

“Cumpre-me apresentar as opções de investimento nas áreas setoriais da juventude e da comunicação social, plasmadas no Plano de Investimentos para o ano de 2015.

Trata-se de um Plano que, a par da apreciação em sede de Conselho de Concertação Estratégica, foi amplamente debatido no Conselho de Juventude dos Açores e que mereceu deste órgão um parecer claramente favorável.

Julgo ser unânime a ideia de que a juventude enfrenta hoje desafios únicos. As alterações no mercado de trabalho, as mudanças sociais e a evolução tecnológica permanente serão, talvez, as mais significativas.

Espera-se dos poderes públicos a capacidade de interpretar os impactos destas mutações junto dos jovens, apoiando-os no seu desenvolvimento e na construção de oportunidades para que sejam participantes ativos na vida das suas comunidades.

Precisamos da energia, do entusiasmo e da criatividade da juventude e não podemos dispensar o importante ativo que representa para a nossa Região.

Sem prejuízo da importância de outras áreas setoriais para uma política governativa que se quer integrada, a Região reserva no Plano de investimentos um espaço de intervenção especialmente dedicado ao apoio ao associativismo jovem, à mobilidade juvenil e aos equipamentos e atividades destinadas aos jovens.

Estas áreas de intervenção são, para os nossos jovens, um complemento importante às políticas setoriais já aqui apresentadas.

Em matéria de juventude, o Plano tem uma dotação 2 milhões e 378 mil euros e regista um aumento global de cerca de 7%.

Colocamos ao dispor dos jovens uma variedade de programas que se constituem como instrumentos fundamentais de fomento da sua autonomização, mobilidade e projeção criativa.

Apostamos em três vetores fundamentais, nomeadamente a facilitação da mobilidade, o desenvolvimento da criatividade e o apoio à atividade associativa, dando enfoque particular às ações que fomentem a participação cívica e a intervenção comunitária.

As associações de jovens, enquanto entidades agregadoras dos seus interesses e potenciadoras da sua intervenção cívica e comunitária, produzem impactos positivos não só nos próprios jovens, como também nas comunidades destinatárias da sua ação.

Em 2014, apoiámos 119 projetos, envolvendo 5.100 jovens de toda a Região.

Queremos manter uma relação estreita de colaboração com as muitas associações de jovens da nossa Região, a quem reconhecemos um papel essencial.

Simultaneamente, prosseguiremos com o programa dirigido ao voluntariado jovem, através do qual visamos concretizar, em ações desenvolvidas pela juventude açoriana, os valores humanitaristas do Estado de direito.

Noutro plano, o Programa OTLJ tem por objetivo proporcionar aos jovens uma forma motivadora de ocupar os seus tempos livres, contribuindo para a sua educação não formal, pela aquisição de novos saberes, normas e valores, bem como o acumular de experiências sociais e profissionais decisivas para a formação de cidadãos habilitados e responsáveis.

Este programa conta com uma dotação de meio milhão de euros o que, só por si, é revelador da aposta do Governo dos Açores neste projeto, que conta com grande adesão dos jovens açorianos.

Quanto à mobilidade, não deve ser concebida como um fim em si mesmo, mas como um meio privilegiado para alargar e enriquecer a formação e as experiências dos jovens, reforçar a sua versatilidade e empregabilidade, bem como para desenvolver a sua compreensão intercultural.

O apoio à mobilidade tem, ainda, um valor acrescido numa Região marcada pelo seu carácter arquipelágico e ultraperiférico.

Neste domínio, o Programa “Bento de Gois” tem sido um instrumento fundamental na acessibilidade dos nossos jovens ao território nacional, à Europa e à nossa diáspora, tendo dele beneficiado, neste ano de 2014, 1.131 jovens.

Estamos, também, a trabalhar no programa do cartão INTERJOVEM, de modo a melhorar a sua atratividade e a dotá-lo de condições que permitam desempenhar cada vez melhor o seu papel de instrumento de apoio à mobilidade juvenil.

Lançaremos, no decurso do próximo ano, um novo programa denominado “Prepara o teu regresso a casa”, que visa implementar junto dos jovens açorianos que terminam a sua formação mecanismos que garantam um melhor acesso à informação sobre programas de estágio, emprego e apoio ao investimento, potenciando, ao mesmo tempo, estratégias de interação entre estes jovens e o tecido empresarial regional.

Para além do desenvolvimento de uma plataforma web especialmente dirigida a jovens e da criação de um conjunto de instrumentos informativos, apostaremos no contato direto com os jovens nos estabelecimentos de ensino e no apoio à elaboração de candidaturas aos diversos programas.

Continuaremos a trabalhar para dar aos nossos jovens a possibilidade de voltar às suas famílias, às suas raízes e de aqui desenvolverem todo o seu potencial.

Quanto à componente infraestrutural, assumiu-se a necessidade de intervir nas Pousadas da Juventude da Terceira e de S. Miguel, qualificando e reabilitando a oferta existente às novas exigências.

Estas são as prioridades para a juventude no âmbito deste departamento governamental.

Porém, a política de juventude do Governo Regional não se esgota na ação desta Secretaria Regional, antes abrangendo todo o investimento que é feito em matéria de Educação, Desporto, Solidariedade Social, Habitação, Saúde, Formação Profissional, Emprego e Empreendedorismo, enquanto áreas transversais da governação.

Todas estas áreas representam, no cômputo geral, um avultado investimento do Governo dos Açores nas gerações mais jovens. E é assim que deve ser, pois com elas construímos o nosso futuro.

No que se refere à comunicação social, trata-se de um setor igualmente confrontado com vários desafios. Alguns deles resultantes da conjuntura económica menos favorável em que todos vivemos nos últimos 3 anos;

E desafios de caráter estrutural, que dizem respeito à profunda transformação que o setor vive a nível nacional e internacional decorrente da alteração dos hábitos de consumo, da proliferação de conteúdos e do aumento da concorrência por via digital.

Nos Açores, temos uma tradição histórica no setor da Comunicação Social, com um rácio de títulos, per capita, superior à média nacional.

O Governo dos Açores, consciente da importância de que este setor se reveste, tem vindo, ao longo dos últimos anos, a desenhar um conjunto de instrumentos com o objetivo de apoiar a atividade.

Reconhecemos, em primeiro lugar, o trabalho essencial desenvolvido pelos órgãos de comunicação social e que, em democracia, eles desempenham um papel insubstituível.

Reconhecendo, também, que o esforço resultante desses apoios públicos constitui um contributo relevante, embora não possa assegurar, por si só, a sustentabilidade funcional da atividade privada empresarial, aumentámos em cerca de 17% a dotação deste programa, que terá inscrito, em 2015, um valor de 600.000 euros.

Por último, uma referência ao Centro Regional da RTP Açores. Aguardamos a resolução da situação do centro regional, remetida para o Conselho Geral Independente.

O Governo dos Açores esteve sempre, e continuará a estar, disponível para participar deste processo.

Como temos afirmado anteriormente, a solução não é um fim em si mesmo, devendo antes integrar os mecanismos e as ferramentas que permitam ultrapassar os constrangimentos por todos reconhecidos, dando à RTP Açores as condições de que carece para cumprir a sua missão enquanto prestadora de serviço público de rádio e televisão.

Disse.”

Anexos:
2014.11.27-SRAPAP-PlanoOrçamento.mp3

GaCS

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