O Presidente do Governo dos Açores destacou hoje, em Lisboa, as qualidades pessoais e políticas de José Medeiros Ferreira, “um grande Açoriano que nunca esqueceu os Açores”, considerando que “faz falta a Portugal” uma personalidade como a dele.
“José Medeiros Ferreira faz falta a um país que necessita, sofregamente, de quem consiga ver mais longe, de quem pense livremente, de quem utilize a argúcia, a cultura e a inteligência para dar sentido à política, no entendimento mais nobre que ela pode ter”, afirmou Vasco Cordeiro, na sessão de abertura da Conferência ‘José Medeiros Ferreira – O cidadão, o Político, o Historiador’, que decorre hoje e sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.
Para o Presidente do Governo, “nestes tempos desafiantes, todos temos a obrigação de olhar para o legado político, académico, de cidadania e de liberdade que José Medeiros Ferreira nos deixou não como uma recordação, mas como uma inspiração, como uma interpelação para agirmos”.
Vasco Cordeiro destacou na sua intervenção a importância que Medeiros Ferreira sempre atribuiu à sua “condição de ilhéu”, frisando que “esse orgulho na sua qualidade de Açoriano levou a que os Açores estivessem sempre presentes nas diversas áreas da sua intervenção”.
“Medeiros Ferreira não foi um Açoriano que deixou os Açores para seguir novos rumos no Continente. Ele foi, isso sim, um Açoriano que, no Continente, se destacou no seu percurso político e no seu percurso académico, mas que manteve sempre, nas suas áreas de atividade, uma atenção particular aos Açores. Aos seus Açores”, afirmou, acrescentando que essa atenção resultava de “um compromisso com o desenvolvimento económico, social, político e de cidadania dos Açores”.
Vasco Cordeiro salientou ainda que “Medeiros Ferreira nunca esqueceu os Açores, também, enquanto projeto político em que acreditava fortemente, assente na Autonomia Constitucional, contando-se, aliás, entre as personalidades que mais marcaram a sua evolução recente”.
Nesse sentido, frisou que “com a sua convicção e com a sua consequente ação política – assertiva, responsável e pedagógica - contribuiu, de forma indelével, para um reforço da Autonomia Regional que só tornou Portugal maior”.
“Os Açores e Portugal são, pois, devedores deste contributo de José Medeiros Ferreira para o necessário percurso, muitas vezes árduo e incompreendido, de consenso nacional sobre a Autonomia Regional, enquanto projeto político que promove o desenvolvimento e o progresso de um Povo e que, simultaneamente, rejeita a querela estéril e a divisão artificial do país”, defendeu o Presidente do Governo.
Vasco Cordeiro recordou José Medeiros como “académico brilhante, político visionário, observador atento, crítico e frontal, comentador irreverente, irónico, determinado, com um sentido de humor único e, acima de tudo, livre”, destacando a sua “riqueza e personalidade” e a “influência” que teve no Portugal moderno.
“O percurso de cidadão, de académico e de político de José Medeiros Ferreira toca a história do Portugal contemporâneo que ele ajudou a forjar, por ação direta ou por influência, desde a sua participação nas lutas estudantis da década de 60, à responsabilidade determinante que assumiu, no início do processo democrático, na ancoragem de Portugal aos valores do projeto comum europeu, quer ainda nos múltiplos combates políticos que travou em nome dos Açores e de Portugal na Assembleia da República, no Parlamento Europeu, na vida académica e universitária, ou no espaço comunicacional, público e virtual”, frisou o Presidente do Governo.
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GaCS
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