A
Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) promove a 28 e 29 de março o X Censo de Milhafres nos
Açores, numa iniciativa que pretende contribuir para avaliar o estado da
população da única ave de rapina diurna que nidifica no arquipélago.
A iniciativa realiza-se todos
os anos desde 2006 e pretende mobilizar dezenas de voluntários, a quem compete
a recolha de dados sobre os avistamentos das aves.
Para participar neste censo não
é necessário ter conhecimentos científicos específicos, bastando conseguir
identificar um milhafre. O censo apela, por isso, à cidadania na ciência (ou Citizen
Science), propondo a participação dos cidadãos num projeto científico que
visa a obtenção de mais dados sobre as populações de milhafres existentes nos
Açores.
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Nas 9
edições anteriores deste censo estiveram envolvidos 573 voluntários, tendo
permitido avistar 4126 aves nos Açores, em 499 percursos realizados,
possibilitando a estimativa das densidades por ilha desta espécie. Em 2014, as
ilhas com maior número de milhafres avistados por quilómetro percorrido nos
Açores foram Graciosa, Faial e São Miguel.
Os milhafres, com uma
envergadura entre 110 e 130 centímetros, podem ser vistos sozinhos ou em grupo,
a voar, pairar, pousados no solo ou, muito frequentemente, em cima de muros,
postes e nos seus poisos de caça. A espécie pode ser observada um pouco por
todo o lado, em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e mesmo zonas
urbanas, alimentando-se maioritariamente de roedores, pode consumir também
pequenas aves, insetos e minhocas. O
envenenamento e a eletrocussão em linhas elétricas são as principais ameaças
que afetam os milhafres, para além da captura/abate ilegal.
Este censo, promovido pela
SPEA, vai decorrer em simultâneo no arquipélago da Madeira, onde estas aves são
conhecidas como mantas. Relativamente às subespécies existentes nos dois
arquipélagos, elas são distintas: no arquipélago dos Açores ocorre a subespécie
Buteo buteo rothschildi, enquanto no
arquipélago da Madeira a subespécie que existe é a Buteo buteo harterti e no território continental ocorre a
subespécie Buteo buteo buteo.
Os relatórios com os dados
anuais sobre este censo, bem como as informações de como pode participar, podem
ser consultados na página da SPEA em
http://www.spea.pt/pt/estudo-e-conservacao/censos-de-aves/censo-de-milhafres-mantas/
A SPEA
agradece a participação de todos os voluntários nestes últimos 9 anos e apela
a nova participação nesta 10ª edição.
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