O Secretário Regional da Educação e Cultura afirmou hoje, em Tulare, nos Estados Unidos da América, que “não há melhor prova da resistência de um legado português na Califórnia do que a pujança da festividades em louvor do Divino”.
Avelino Meneses, que falava no XXXIX Congresso da Luso-American Education Foundation sob a temática 'O Legado Português na Califórnia – Reflexões e Prospetivas', salientou que “a compreensão do legado português” neste Estado norte-americano “exige a realização de um retorno aos Açores e a Portugal à descoberta das raízes, ou seja, em busca da identificação”.
“Na Califórnia, como nos Estados Unidos em termos gerais, é bem patente o legado português. A título de exemplo, relembre-se a evocação do culto do Espírito Santo, que corresponde ao maior símbolo da união dos Açorianos” e se caracteriza “pela solidariedade”, frisou Avelino Meneses, que representou o Presidente do Governo neste congresso.
Ao longo do tempo, acrescentou o Secretário Regional, “o culto do Espírito Santo converte-se então no culto da solidariedade, isto é, no culto mais adequado ao sentir e às necessidades do povo açoriano”, por isso, o Espírito Santo “é a principal manifestação festiva dos Açores de hoje”.
Com a dupla “particularidade“ de ser “diferentemente celebrado e de estar uniformemente disseminado em cada ligar e em cada ilha”, o culto do Espírito Santo “é, assim, o melhor espelho dos Açores, já que é ele que verdadeiramente concilia a diversidade que somos com a unidade que podemos e, certamente, queremos ser”, frisou.
Para o Secretário Regional da Educação e Cultura, “a comemoração da Região Autónoma em dia do Espírito Santo corresponde ao esforço da identificação da Autonomia com os Açores".
"Na verdade, o culto do Espírito Santo tem a dimensão da história e da geografia dos Açores”, afirmou.
Ao invés, frisou Avelino Meneses, “a Autonomia – não tenhamos receio de o admitir – é ainda um fenómeno de menor dimensão, possui raízes no advento da contemporaneidade, isto é, na época das revoluções ocidentais e atlânticas que, na transição do século XVIII para o século XIX, motivam a difusão das ideias liberais e democráticas. Além disso, por muito tempo, a Autonomia foi uma conquista de elites e de ilhas mais influentes”.
“Por isso, ainda cabe à nossa geração a oportunidade e também obrigação de, inequivocamente, a transformar num projeto de todas as ilhas e de todos os açorianos sem exceção”, afirmou Avelino Meneses.
2015.03.21-SREC-Tulare.mp3 |
GaCS
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